O governador Beto Richa (PSDB) deixou no ar que a demissão do secretário de Segurança Pública do Paraná (Sesp), Wagner Mesquita, estaria perto de acontecer. Em entrevista coletiva concedida na terça-feira (23), o tucano mostrou irritação ao falar sobre o ocorrido no último dia 16, quando o corpo de um jovem de 18 anos, assassinado em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, aguardou na rua, por mais de 13 horas, a chegada de uma viatura do Instituto Médico Legal (IML).
“É o tipo de situação que eu não aceito no governo”, afirmou Richa. “Vá lá, se tivesse faltando dinheiro, não tinha estrutura, não tinha o rabecão, o transporte para esse corpo que precisava ir para o IML, vá lá. Mas não é o caso. Tem estrutura, tem recursos”.
Segundo o governador, o estado fez recentemente a maior compra de viaturas já realizadas no Paraná ao adquirir 3 mil veículos. Richa citou ainda a contratação de 11 mil policiais e a compra de armamento, munições e coletes à prova de balas, sustentando que a área da segurança no estado está bem servida. “Então, é inaceitável um descaso como esse”, declarou.
“Tivemos um problema parecido no IML de Ponta Grossa, isso me irritou sobremaneira. Então são coisas que não aceito e cobro com muita energia as explicações devidas por quem é responsável por este órgão ou o responsável pela secretaria”, completou.
Rumores circularam nos últimos dias apontando para a possível substituição na secretaria. Perguntado sobre o assunto, Richa disse estar ciente da indisposição entre o secretário as forças de segurança pública no Paraná.
“Eu já ouvi os boatos. Evidente que existe alguma indisposição nessa secretaria com algumas forças policiais também, não é segredo. Alguma indisposição também com a Polícia Militar, a condução da secretaria em relação a essa corporação, materiais, equipamentos. Mas estamos procurando se inteirar melhor dessa situação antes de qualquer medida ser adotada.”
As faíscas entre a pasta e polícias vêm desde 2016, quando uma investigação sobre o recall realizado em coletes balísticos entregues a policiais do Paraná terminou com o indiciamento do comandante-geral da PM, coronel Maurício Tortato. À época, Tortato atacou o inquérito e recebeu apoio público de Mesquita, o que gerou reações entre policiais. A associação dos Delegados do Paraná (Adepol) chegou a pedir a destituição do secretário.
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