O assassinato do jogador Daniel Correa Freitas, 24 anos, completa um ano neste 26 de outubro. Relembre quem são os sete réus deste processo e a linha do tempo dos acontecimentos.

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+Leia mais! Advogados do caso Daniel dão suas percepções sobre o crime!

2018

26 de outubro (sexta-feira)

Allana comemora seus 18 anos com festa na casa noturna Shed, no bairro Batel, em Curitiba. Além da família, entre os amigos convidados está o jogador Daniel.

Reprodução / Instagram

27 de outubro

– A festa de Allana continua (after) na casa da família Brittes, no bairro Guatupê, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Alcoolizada, Cristiana vai dormir. Acorda com Daniel em cima dela, na cama. Ouvindo os gritos de socorro da esposa, Edison invade o quarto, tira o jogador de cima dela e dá uma surra no atleta.

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– Com a confusão, outras pessoas na casa também agridem Daniel. Edison coloca Daniel, ainda vivo, no porta malas do carro, onde embarcam também Ygor, David e Eduardo Henrique. Eles vão até um matagal na Colônia Mergulhão, no mesmo município. Conforme os relatos, sozinho Edison cortou o pescoço de Daniel, o arrastou para dentro do mato e cortou o pênis do jogador.

Horas mais tarde, corpo é encontrado. Polícia ainda não sabe quem é a vítima.

Foto: Aniele Nascimento.
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28 de outubro

– Surgem as suspeitas de que o corpo é do jogador Daniel.

Família Brittes marca encontro em shopping de São José dos Pinhais, duas testemunhas que estavam na casa, para “combinarem” a mesma versão quando polícia chegasse até eles.

Foto: Reprodução.

29 de outubro

– Família, que é de Conselheiro Lafaiete (MG), reconhece o corpo do jogador em Curitiba.

31 de outubro

Daniel é sepultado em Conselheiro Lafaiete (MG).

– Convidados do after começam a depor na delegacia e o que houve na casa dos Brittes começa a vir à tona.

1.º de novembro

– Edison Brittes é preso. No dia anterior, ele gravou um vídeo no qual confessa que matou Daniel para salvar a honra da esposa. Cristiana e Allana também foram presas.

– Perícia é feita na casa dos Brittes.

Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná.

5 de novembro

– Cristiana e Allana são interrogadas. Eduardo Henrique se apresenta à polícia, mas não presta depoimento ainda.

7 de novembro

– Edison é interrogado. Oitiva dura seis horas.

– Ygor, David e Eduardo tem prisão decretada pela Justiça.

8 de novembro

– Ygor e David se apresentam à polícia. Família Brittes é transferida à penitenciária.

12 de novembro

– Eduardo Henrique é preso em Foz do Iguaçu

– Evellyn presta depoimento à polícia, na condição de testemunha. Ela ajudou a limpar o sangue de Daniel da casa e ainda cozinhou o almoço de sábado a quem permaneceu na residência.

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

13 de novembro

– Eliana, mãe de Daniel, regista em cartório mentiras que os Brittes disseram a ela, incluindo condolências pela morte, quando o real motivo do assassinato ainda não tinha vindo à tona.

– Evellyn volta à delegacia para reconhecer qual dos irmãos Purkotte participou das agressões a Daniel. Ela reconhece Eduardo.

Mãe do jogador Daniel acompanha os depoimentos no Fórum de São José dos Pinhais. Foto: Jonatham Campos/Gazeta do Povo

15 de novembro

– Polícia prende o outro Eduardo, o Purkotte, que também estava na casa e teria ajudado a agredir Daniel.

21 de novembro

– Depois de 25 dias de investigação (600 horas de trabalho), delegado Amadeu Trevisan conclui inquérito sobre o homicídio e o entrega ao Ministério Público. Foram indiciados Edison, Eduardo (Henrique), Ygor, David, Cristiana, Allana e Eduardo (Purkotte).

Foto: Atila Alberti

26 de novembro

– Eduardo Purkotte é solto pela Justiça

Ministério Público oferece denúncia contra sete indiciados.

28 de novembro

– A juíza Luciane Regina Martins de Paula, da 1.ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, aceita a denúncia do Ministério Público contra Edison, Cristiana, Allana, Eduardo (Henrique), Ygor, e David. O que surpreendeu é Eduardo Purkotte não virou réu. “No lugar dele” entrou Evellyn, que era tida apenas como testemunha, e acabou respondendo por fraude processual, corrupção de adolescente, denunciação caluniosa e falso testemunho. Evellyn foi a única ré solta. Todos os outros seis permaneceram presos.

 

2019

18 a 20 de fevereiro

– Primeira audiência de instrução do caso na Justiça. 13 testemunhas de acusação foram ouvidas, incluindo a mãe e a tia de Daniel, que pediram para serem ouvidas cara a cara com os réus, principalmente Edson.

Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

26 de fevereiro

– Duas testemunhas foram ouvidas por carta precatória (à distância) em Foz do Iguaçu. Uma delas, adolescente de 17 anos, contou um fato novo: momentos antes do início do crime, Daniel entrou no quarto enquanto Cristiana dormia e a adolescente usava o banheiro do casal no momento. A jovem questionou a presença dele lá, que afirmou que só usaria o banheiro e já sairia. Momentos depois que a adolescente deixou o quarto do casal e foi dormir no quarto de Allana, a confusão começou.

5 de março

Eduardo Purkotte é preso em Guaratuba, no litoral do Paraná, por causa de uma briga e desacato a policiais militares. Nada relacionado ao caso Daniel.

8 de março

– Por “questões de segurança”, Edison é transferido da Casa de Custódia de São José dos Pinhais para a Casa de Custódia de Curitiba

22 de março

– Superior Tribunal de Justiça (STJ) nega pedido de liberdade a Allana.

1.º a 3 de abril

– Segunda rodada de audiências do caso no Fórum de São José dos Pinhais. Foram ouvidas 44 testemunhas de defesa dos réus, entre elas, três mães (uma delas a de Edison) e o pai de Cristiana

– Por causa de ameaças, Cristiana e Allana foram transferidas de ala na Penitenciária Feminina do Paraná (PFP)

Jonathan Campos / Gazeta do Povo

3 de maio

Edison é transferido para a Penitenciária Central do Estado (PCE)

25 de junho

– A juíza Luciane Regina Martins de Paula reagenda a próxima audiência do caso, que estava marcada para 5 a 7 de agosto. Isso ocorreu devido à indisponibilidade de um dos advogados, Rodrigo Faucz, que na mesma data iria atender audiência de outro caso, ligado ao irmão do ex-governador Beto Richa, o Pepe Richa.

06 de agosto

Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceita habeas corpus de Allana

07 de agosto

Allana é liberada da Penitenciária Feminina de Piraquara no início da tarde, mediante o cumprimento de medidas impostas pela Justiça. Assim como Evellyn, que não chegou a ser presa em momento algum, Allana passa a responder em liberdade e cede entrevista.

Allana saiu do presídio por volta das 14h45, em uma Pajero. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

4 de setembro

– Na terceira etapa das audiências de instrução, os réus são interrogados, a começar pelos que estão soltos: Allana (que foi a primeira) e Evellyn. Depois vieram os réus presos. Edison foi o primeiro e usou do seu direito de ficar calado. Ygor e David também permaneceram em silêncio. Eduardo Henrique foi o próximo e declarou tudo o que já havia dito no inquérito policial. O último interrogatório foi o de Cristiana, que chorou bastante e ressaltou o abuso sexual que sofreu. Audiências encerram e juíza abre prazo para as alegações finais.

Edison Brittes. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo.

12 de setembro

A pedido da sua defesa, Cristiana tem a prisão revogada e ela ganha a liberdade, porém usando tornozeleira eletrônica e, como a filha, sujeita cumprir medidas impostas pela Justiça.

Foto: Lineu Filho/Arquivo/Tribuna do Paraná

8 de outubro

Ministério Público (MP) entrega suas alegações finais, num documento com 570 páginas, pedindo que os sete réus sejam mandados a júri popular. O MP retirou a acusação de corrupção de adolescentes contra David, Evellyn e Ygor.

9 de outubro

– A juíza Luciani Regina Martins de Paula determina a soltura de David, Ygor e Eduardo, mediante cumprimento de obrigações judiciais. Também entende que Cristiana não precisará mais usar a tornozeleira eletrônica. Edison é o único a permanecer preso.

17 de outubro

– Em decisão liminar, Justiça manda Edison pagar pensão de R$ 5 mil mensais à filha de Daniel, hoje com 2 anos e 7 meses.

Futuro

– Neste momento aguarda-se que o assistente de acusação, Nilton Ribeiro (advogado que atua em defesa da família de Daniel) anexe ao processo as suas alegações finais. Depois disso, abre-se prazo para que os advogados dos sete réus façam o mesmo. Com as alegações finais em mãos, a juíza irá decidir quais réus irá pronunciar (levar) a júri popular e por quais crimes. Há a expectativa que o júri ocorra em 2020, talvez no segundo semestre. Conforme os recursos que os advogados entrarem, depois da pronúncia da juíza, há a possibilidade dos júris serem desmembrados, ou seja, cada réu, ou grupos de réus, serem julgados separadamente.

Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

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