O julgamento dos acusados de matar Ana Paula Campestrini, 39 anos, em junho de 2021, que começou na quinta-feira (23), em Curitiba, apresentou uma reviravolta na manhã desta sexta-feira (24). Um dos réus do caso, Marcos Antonio Ramon, amigo do ex-marido da vítima que também é réu, Wagner Oganauskas, confessou o crime e disse ter agido sozinho. Ana foi morta a tiros quando chegava em casa com 14 disparos.
Já na abertura do segundo dia de julgamento, no depoimento, Ramon afirmou que planejou o crime durante três meses, tentando obter informações sobre a rotina da vítima e o endereço dela. O objetivo, segundo ele, era obter vantagem financeira sobre o ex-marido de Ana Paula, ao tentar incriminar Oganauskas.
LEIA TAMBÉM:
>> “Vai me matar também?”, questiona advogado a réu do caso Ana Paula Campestrini; Vídeo!
>> Em depoimento, testemunha cita segundo envolvido em agressão fatal em bar de Curitiba
“Fui eu que matei a Ana. Porque eu achei uma forma de conseguir dinheiro, afastando o Wagner da função dele de presidente. Eu era o segundo dentro do clube. E, daí, eu pensei uma forma de tirar o Wagner do caminho, buscando o que ele poderia ter de podre. Não consegui achar nada. Vi que ele tinha uma briga com a ex-esposa dele. Logicamente, ele ia ser o culpado, ele ia ser o condenado”, disse Ramon.
O julgamento segue em andamento com os outros debates, ao longo do dia.
Discussão no primeiro dia de julgamento
Na quinta-feira, primeiro dia de julgamento, um vídeo mostra o trecho da discussão entre advogados de acusação e defesa, durante o júri. O vídeo começa com a fala do réu Wagner Oganauskas. Durante o depoimento, ele disse que não perdoaria o advogado de defesa da vítima Jeffrey Chiquini, pelo tratamento dado à filha do casal durante o depoimento dela no tribunal.
O advogado da família rebateu a fala na hora, perguntando se o acusado iria matá-lo também. “Preciso de carro blindado? Preciso andar com segurança? Por que ele disse que não vai me perdoar? Eu tenho que saber o seguinte, ele não perdoou Ana Paula e matou Ana Paula. Se ele não me perdoar, vai querer me matar também?”, argumentou Chiquini. O vídeo do Tribunal de Justiça do Paraná mostra um trecho do julgamento. (0001031-84.2021.8.16.0006).
A partir daí, um bate-boca começou no júri, entre os advogados de acusação e defesa. Na banca da defesa do réu, o renomado advogado criminalista Elias Mattar Assad chega a perguntar se Chiquini “bebeu”. “O senhor tomou o que? Bebeu? Cheirou?”, perguntou Assad.
O trecho do vídeo mostra que a discussão segue quente. Porém, no final do trecho, dá para perceber uma fala de alguém que interfere para que os ânimos se acalmem, possivelmente o juiz.
Caso Ana Campestrini
![Ana Paula Campestrini morreu em 2019, em Curitiba](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/2023/02/23090529/Ana-Paula-Campestrini-770x440.jpeg)
Dois homens foram presos na manhã do dia 24 de junho de 2021 suspeitos de envolvimento na morte de Ana Paula Campestrini Oganauskas, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. A prisão dos homens, identificados como Wagner Cardeal Oganauskas, advogado presidente da Sociedade Morgenau, e Marcos Antônio Ramon, diretor do clube Morgenau, ocorreu em Curitiba. Wagner é ex-marido de Ana Paula, suspeito de ser mandante do crime.
Tudo sobre o caso:
>> Ex-marido e suspeito de matar em Ana Paula prestam depoimento à polícia e negam o caso
O crime, flagrado por câmeras de segurança, aconteceu de forma brutal, no momento em que a vítima estava chegando na residência em que morava. Ela foi abordada por um homem em uma motocicleta que disparou por diversas vezes contra o carro em que Ana Paula estava. “Está comprovado que o autor dos disparos perseguiu a vítima no trajeto até o local da morte”, disse a delegada Tathiana Guzella à imprensa na época do crime.
![Whatsapp da Tribuna do Paraná](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/2020/07/17210350/whatsapp-tribuna.png)
RECEBA NOTÍCIAS NO SEU WHATSAPP!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.