Quando se ouve o nome Ozzy, a imagem que chega na nossa mente é a do vocalista e astro da banda britânica Black Sabbath. O cantor é mundialmente conhecido e recebeu inúmeras homenagens ao longo de sua vida, mas uma delas certamente lhe deixaria surpreso. Um carneiro curitibano leva o nome do “comedor de morcegos” e atrai nas redes sociais uma legião de fãs.
Mais de 22 mil pessoas acompanham a história deste ovino, que tem vida de rei em uma residência no bairro Xaxim, em Curitiba. Quer saber mais sobre o dia a dia do Ozzy? Veja como no final desta matéria.
Há cinco meses, a Ani Michele recebeu uma mensagem relatando que um carneiro de apenas três dias de vida seria sacrificado, pois uma das suas patas estava necrosada e os veterinários acreditavam que o animal passaria por muitas dificuldades ninguém o adotasse. Ao ler aquilo, não pensou duas vezes, já se ofereceu para cuidar do novo amigo e foi buscá-lo em uma pequena propriedade em Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba.
“Pedi para a minha filha Eduarda (Duda) entrar no carro e pegar uma toalha e só avisei que a gente ia pegar um novo integrante para a família. Ao chegar lá, foi um amor à primeira vista com a Duda. Não se desgrudam para nada até na hora de dormir”, disse Ani de 37 anos.
Ao sair de Rio Branco do Sul com destino ao Xaxim, Ani e Duda começaram a perceber que a rotina seria alterada. Em uma parada na farmácia, ficaram na dúvida em levar tapetes higiênicos ou fraldas para o carneiro. A segunda opção foi escolhida e Ozzy utiliza desde então fraldas geriátricas. Ah, na farmácia também foi comprada sua primeira mamadeira.
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A alimentação do Ozzy, nome sugerido pela Duda, consiste em feno e uma ração especial para ovinos, importada dos Estados Unidos. Além disto, o carneiro toma, em média, três litros de leite por dia. “Falavam que o ideal seria leite de cabra, mas é complicado encontrar. Compramos leite em pó e ele não aceitou muito bem. Aí um veterinário indicou que o leite em caixinha poderia dar certo e deu. Atualmente, ele toma três litros por dia e adora. Curte também um cafezinho”, ressaltou Ani.
Durante o dia, Ozzy costuma brincar de corrida, puxar rolos de papel higiênico e de pular no sofá. Aliás, é no sofá que acompanha programas de televisão. O seu canal preferido é o DogTv, que tem como perfil o entretenimento para cães. Quando bate a fome, ao invés de berrar, uma mordida na camisa de alguém avisa que passou da hora de se alimentar. Apesar de gostar de mastigar, Ozzy não costuma destruir roupas, chinelos e outros utensílios da casa. O cuidado precisa ser mesmo com cabos ou mesmo carregadores de celular que já foram perdidos.
Para repousar durante a noite, Ozzy divide a cama com a Duda. Com seus 30 quilos e sua pelugem branca e quentinha, a menina de 11 anos dorme abraçada com seu melhor amigo. A lã é pura e somente é tosquiada uma vez ao ano (novembro) por um profissional. “Ano passado não fizemos, pois ele era muito jovem. A ideia da Duda é fazer uma coberta para eles utilizarem no futuro. Muita gente já entrou em contato conosco para pegar a lã, mas recusamos”, reforçou a mãe.
“Vai ficar bom assado”
A presença de Ozzy em parques e shoppings resulta em alegria para crianças e adultos. A todo momento, as pessoas fazem vídeos e fotos com o animal (ver vídeo). Sirlene Shulltz, 59 anos, estava deslumbrada ao encontrar o Ozzy no Parque Barigui e aprovou a ideia de conhecer um animal de estimação exótico. “Foi uma surpresa, é amor e alegra a gente. É um carinho deste dentro de casa mostra que não precisamos ter os tradicionais cachorros ou gatos. Cada um tem sua paixão”, comentou Sirlene.
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No entanto, tem sempre um engraçadinho que gosta de aparecer. No passeio com a reportagem da Tribuna do Paraná no Barigui, uma pessoa fez uma brincadeira de mau gosto ao visualizar o Ozzy. “Com um molho vai ficar uma delícia”, disse o homem. Ao ouvir o comentário, Duda foi hiper educada e convidou o rapaz a conhecer o Ozzy e tirou de letra a situação.
Segundo Ani, este tipo de acontecimento é raro ocorrer, mas deixa a família chateada. “A Duda fica triste quando falam que isto dá um assado e outras coisas. Na rede social do Ozzy não falam e acreditamos que o importante é mostrar que o animal é inteligente e pode conviver normalmente com a gente. Imagino que ninguém vai gostar de ouvir que vai assar e vai comer o seu cachorro”, desabafou Ani.
Amor incondicional
Duda foi internada no fim de 2020 com problemas no intestino e Ozzy ficou desolado dentro de casa. Berrava e pouco comia com a ausência da melhor amiga. A saudade de ter a companhia da menina era tão grande que a família levou o animal para a frente do Hospital Pequeno Príncipe.
“A Duda melhorou demais ao perceber que ele estava ali perto. Recebemos o convite de levar o Ozzy para outras crianças, mas estamos esperando a pandemia passar. Com certeza a presença dele vai ajudar muita gente que está internado a ter esperança na reabilitação”, finalizou Ani.
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