Não é todo mundo que pode dizer que já hospedou uma capivara em casa, mas o empresário Antônio Carlos da Silva Pruss, de 60 anos, está nessa seleta lista. Na noite da última segunda-feira (25), após ouvir um tumulto na rua em frente a sua casa, Antônio descobriu que uma capivara havia aparecido no bairro Fanny, região de Curitiba onde mora. Com alguns curiosos ao redor do animal aguardando o resgate, o empresário sugeriu levá-la para dentro do seu pátio, para evitar o risco de atropelamento. O que Antônio não imaginou é que a saga levaria mais de 18 horas para ser resolvida.

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“Ela estava querendo ir para o lado da Linha Verde, aí eu abri meu portão, toquei ela pra dentro do meu pátio e ficamos esperando o resgate. Ligamos em todos os órgãos, mas ninguém vinha. Eu achei que ia ter que adotar a capivara”, conta Antônio, agora rindo da situação. O animal passou a noite hospedado na churrasqueira da casa até que os órgãos responsáveis viessem realizar o resgate.

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Segundo o empresário, a hóspede o fez passar a noite em claro. “Foi uma noite tensa. Em alguns momentos ela [a capivara] se acalmava, mas em outros ela batia no portão, querendo sair, e chegava até a tentar pular a cerca. Além disso, minha cachorrinha sentia a presença dela e ficava latindo dentro de casa. Eu não dormi a noite toda”, ressalta.

Apesar de aproveitar a hospedagem, o animal não quis fazer as refeições no local. “Minha esposa colocou gramas e pastinhos pra ela, ela deu uma mascadinha, mas não comeu e nem tomou água. Acho que ela estava muito assustada. Por outro lado, sujeira foi o que ela mais fez. A cada xixi dela parecia que tinha estourado um cano”, comenta Antônio.

Resgate

Sobre a retirada do animal, o Instituto Água e Terra (IAT) esclarece que ainda não há um consenso sobre quais órgãos são responsáveis em situações como essa. “Atualmente, o órgão estadual [IAT] trabalha com permanentes diálogos com as prefeituras para definir uma normativa única e definir as atividades cabíveis a cada instituição no que se refere ao resgate de fauna nas cidades, que se configura como proteção”, informou o Instituto por meio de nota.

No caso identificado na última segunda, o IAT também informa que o resgate foi realizado por meio de uma parceria com o município. “O atendimento à capivara que adentrou uma residência em Curitiba, nesta terça-feira (26), teve a ação conjunta do IAT com a prefeitura. Em comum acordo, o animal foi resgatado pela equipe municipal, com apoio e suporte técnico do IAT – maneira com a qual o órgão ambiental está atuando quando recebe denúncias e pedido de ajuda de resgate”, complementou a nota.

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