Um aparelho que parece ser um capacete de astronauta está ajudando pacientes com covid-19 que precisam de oxigênio em hospitais de Curitiba. Trata-se do Helmet, uma cápsula respiratória feita de PVC que ajuda pacientes na respiração e alimentação. O preço do conjunto custa próximo de R$ 600, e tem fabricação e comercialização da Medicalway, uma empresa paranaense. Lembrando que a situação do oxigênio no Paraná está complicada por causa da pandemia, tanto que Manaus liberou 200 cilindros para ajudar o estado.
A maior parte do material é feito com PVC com uma membrana de vedação no pescoço produzida com látex ou silicone. A cada uso é feita a higienização do equipamento, que são de vários tamanhos e individuais. A ventilação não-invasiva ocorre porque o respirador funciona como um capacete com filtros e exaustão antivirais e antibacterianos, capazes de realizar a renovação do ar. Outra vantagem é que a cápsula isola o paciente, e impede que gotículas se espalhem pelo ambiente, evitando infecções na equipe multidisciplinar
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Para fixar o produto na cabeça, duas alças de polipropileno com fechos ajustáveis e neoprene (borracha) são utilizadas. Próxima à boca do paciente, há ainda uma válvula de alimentação que permite tanto o fornecimento de líquidos, quanto de alimentação via passagem de sondas. Coordenador médico intensivista da UTI do Hospital Marcelino Champagnat, Jarbas da Silva Motta Junior, acredita que este tipo de suporte deixa livre para outros pacientes o uso do respirador em um momento crítico de ocupação em leitos em Curitiba, que está com 100% de ocupação, segundo boletim mais recente.
“O aumento da demanda dos pacientes graves da Covid-19 chegou a um patamar que alguns hospitais já não possuem mais respiradores, então ele serve como um backup para economizarmos e utilizarmos os ventiladores para pacientes intubados”, disse Jarbas.
Mais comodidade
Outro ponto positivo é a melhora do bem-estar do paciente com o conforto ao paciente. O aparelho permite a mobilidade do pescoço, sem apertar ou encostar no rosto. “Nesse modelo isentamos o uso do ventilador mecânico e conseguimos diminuir o processo inflamatório nas vias aéreas do paciente causadas pelo próprio esforço respiratório durante a fase da doença. O paciente fica muito mais confortável, consegue realizar melhor os exercícios de fisioterapia tão importantes para fortalecimento dos pulmões e, ao mesmo tempo, os riscos de contaminação da equipe diminuem já que impossibilita que as gotículas respiratórias saiam da cápsula”, reforçou Juliana Thiemy Librelato, fisioterapeuta e coordenadora da do serviço de fisioterapia na UTI do Hospital Marcelino Champagnat, Juliana Thiemy Librelato.
Resultados
Elza Maria Zawadzki,57 anos, está internada no Hospital Marcelino Champagnat com a covid-19. Ela é uma das cinco pacientes que utiliza o capacete. No caso dela, o tratamento ocorre 3 vezes ao dia por 1h30. “No início foi bem difícil a adaptação, mas pela minha ansiedade. Acredito que aliviou alguns sintomas com o uso do equipamento e estou vendo resultados. Claro que não é bom ficar com ele, mas é valido demais. Estaria pior sem ele”, disse Elza que deu entrada no hospital no dia 3 de março.