Paciência, muita paciência. Essa é a palavra de ordem para quem planeja passar as festas de Natal e Ano Novo nas praias do Paraná e Santa Catarina. Esses destinos, que estão entre os mais procurados pelos paranaenses nessa época do ano, parecem ter ficado “mais distantes” nos últimos dias. Tudo porque uma série de deslizamentos de terra causados pelo excesso de chuva ao longo dos últimos meses interditou parcialmente as estradas que ligam Curitiba ao litoral, provocando longos congestionamentos. O resultado é o aumento do tempo das viagens que, em alguns casos, chegam a demorar até o triplo do tempo previsto.

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Na manhã desta quinta-feira (22), os congestionamentos que se tornaram habituais foram registrados nas rodovias BR-277, entre Curitiba e Paranaguá, e BR-376, que liga o Paraná a Santa Catarina, e é muito utilizada também para acessar as praias de Guaratuba.

Na BR-277, de acordo com as informações da Polícia Rodoviária Federal do Paraná (PRF-PR), a fila de veículos chegava a oito quilômetros na descida da serra, e a três quilômetros no sentido contrário. A estimativa é de que a lentidão no trecho de cerca de quatro quilômetros de extensão – local em que o trânsito segue em pista simples – aumente o tempo da viagem em quase uma hora e meia. Nesta manhã um trecho da via que estava liberado precisou voltar a ficar em pista única por causa das chuvas de quarta-feira (21).

Já na BR-376 as filas estão ainda maiores, chegando a 20 quilômetros no sentido Santa Catarina e a nove quilômetros em direção ao Paraná. Um motorista relatou à reportagem que havia saído de casa, em Curitiba, às 5h, e que após levar quatro horas para chegar na divisa de Tijucas do Sul com Guaratuba, desistiu da viagem e voltou para casa – o trecho da volta, sem a retenção, foi percorrido em apenas uma hora.

O que fazer com tantos transtornos?

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Diante desse quadro, em que não existe uma alternativa com tráfego fluindo sem problemas, a orientação da PRF é para que os motoristas planejem suas viagens sabendo que elas terão maior duração e redobrem a calma e a atenção ao volante. Para enfrentar os eventuais períodos de trânsito lento ou mesmo parado, é importante se alimentar bem e se manter hidratado. Cuidados que devem ser ainda maiores com as crianças e os pequenos animais ao longo da viagem.

Cadê a solução destes problemas?

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O transtorno aos motoristas teve início há mais de dois meses, mais precisamente no dia 14 de outubro, quando um deslizamento de terra no km 42 da BR-277 bloqueou totalmente as pistas no sentido Paranaguá, com a queda de grande quantidade de rochas. Desde então, o trânsito neste trecho flui em pista simples. As obras para desobstrução da rodovia e contenção do talude para evitar novos desmoronamentos pouco avançaram, em um jogo de empurra-empurra entre autoridades federais e estaduais.

Foto: Rodrigo Felix Leal/SEIL

Mas este problema foi apenas o prenúncio de que o caos nas estradas estava para chegar. Porque no final de novembro, as fortes chuvas que caíram sobre a Serra do Mar provocaram deslizamentos em todas as rodovias que ligam a capital paranaense ao litoral do estado – os bloqueios chegaram a deixar a região acessível apenas por via aérea.

O primeiro acidente, de proporções catastróficas, ocorreu no km 668 da BR-376, em Guaratuba, na noite de 28 de novembro. Um desmoronamento atingiu em cheio carros e caminhões que estavam parados no local após um deslizamento menor ter interrompido o tráfego e causou a morte de duas pessoas, soterradas sob toneladas de terra. A queda da barreira interditou completamente a estrada, nos dois sentidos, durante nove dias. E desde a liberação, o tráfego também segue em pista simples – e foi interrompido preventivamente por cerca de 16 horas no início da semana.

Foto: Albari Rosa/AEN

No caso dessa rodovia, as obras para a liberação total do tráfego seguem a cargo da Arteris Litoral Sul, concessionária que administra o trecho. E, apesar do avanço dos trabalhos, ainda não existe um prazo definido para que isso ocorra – principalmente devido às chuvas frequentes na região.

Também no final de novembro, duas quedas de barreira na BR-277, na altura dos quilômetros 39 e 41, pioraram ainda mais as condições de tráfego na rodovia, que foi totalmente interditada no sentido litoral no dia 29. Após esses novos deslizamentos, o trecho de pista simples foi aumentado de um para quatro quilômetros, o que contribuiu para que os congestionamentos ficassem maiores.

Também no final de novembro, a Estrada da Graciosa, que eventualmente poderia ser uma alternativa para chegar às praias, também foi bloqueada por ao menos três deslizamentos de terra – o trânsito na histórica estrada só foi parcialmente liberado, no sistema pare e siga e somente durante o dia (das 7h às 18h), na quarta-feira (21). Apesar disso, a PRF oriente os motoristas que só utilizem a estrada em caso de rela necessidade de chegar a localidades próximas a Morretes, e não como alternativa à BR-277. As obras no trecho em que o asfalto rachou e cedeu só devem ser concluídas no final de janeiro do ano que vem.

Foto: Rodrigo Félix Leal / AEN.

Já as obras para a liberação total da BR-277 seguem sem previsão para acabar. Na última sexta-feira (16), o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) anunciou que assumiu os trabalhos de contenção dos taludes nos locais dos deslizamentos mais recentes após o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) afirmar não ter orçamento para efetuar os reparos. NO entanto, o órgão federal segue responsável pelas obras no trecho do km 42, aquele que está interditado há mais de dois meses.

Enquanto seguem nesse jogo de empurra-empurra, a única saída para quem quer aproveitar as festas e o começo do verão no litoral – e também para os caminhoneiros que precisam garantir o seu ganha-pão no vai e vem até o Porto de Paranaguá – é ter uma dose enorme de paciência.

Veja como está o trânsito agora nas estradas que cortam Curitiba

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