Câmeras desligadas e revolta. A morte do adolescente Caio José Ferreira de Souza Lemes, 17 anos, no último sábado (25), na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), causou estranheza para os curitibanos.

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No Boletim de ocorrência, os guardas afirmam que o Caio teria tirado do boné uma faca de 25 centímetros e na tentativa de defesa, o policial atirou no jovem.  Apesar de estarem com câmeras acopladas ao uniforme, as imagens não foram gravadas pela Guarda Municipal (GM)

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Um decreto de outubro do ano passado autorizou a implantação do sistema de vídeo e áudio nas viaturas da Guarda Municipal de Curitiba, que registraria a ação dos policiais por câmeras acopladas nos uniformes ou mesmo instaladas nas viaturas (515 câmeras corporais e 160 nas viaturas da GM). O objetivo é ajudar a coibir atividades irregulares da função e proteger o agente. O custo com o serviço é próximo a R$ 9,5 milhões pelo período de 12 meses, segundo o Portal de Transparência da prefeitura.

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No caso do Caio, não houve gravação. A prefeitura informou que as câmeras estavam desligadas. Ao não realizar a gravação, a família da vítima acredita que a abordagem foi errada.

“Eu quero saber como é o treinamento. Essa abordagem foi completamente infeliz e absurda. Abordaram o meu filho, bateram e deram um tiro na cabeça dele. Nunca mais vou ver olhar o rosto dele“, disse Lilian Ferreira, mãe do adolescente.

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Segundo André Romero, advogado que representa a família, é estranho apontar que o jovem estaria portando uma faca. “Isso é uma das perguntas que precisam ser respondidas. Imagens nas redes sociais mostram que o corpo do Caio aparece sem camisa no chão e certamente não estaria com a faca acondicionada na bermuda dele”, comentou André.

Em nota, a Guarda Municipal de Curitiba, relatou não poder dar mais informações dos motivos que levaram as câmeras a estarem desligadas, apesar da orientação de mantê-las ligadas nas ocorrências. “A Guarda Municipal não pode divulgar informações até a conclusão dos trabalhos, a fim de não prejudicar a investigação”, afirmou a GM.

Os agentes envolvidos foram afastados de serviços operacionais.

Relembre o caso

Segundo consta no boletim de ocorrência, Caio e amigos foram abordados pela Guarda Municipal (GM), após uma pessoa denunciar que o grupo estaria vendendo drogas. Ao realizar o patrulhamento, os agentes visualizaram quatro pessoas com as características relatadas pelo denunciante. Ao se aproximar, os jovens teriam fugido.

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A partir disso, a perseguição iniciou. Dois policiais a pé e um com a viatura. Com o veículo, Caio é cercado e faz um gesto indicando que iria se deitar. No boletim de ocorrência, o guarda relata que Caio tirou do boné uma faca. Ao perceber a faca, o agente disparou com uma arma de fogo. O adolescente foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

Ainda segundo o agente, na calça de Caio teria dois tabletes de substância parecida com maconha, um celular e um cartão transporte. A arma de fogo usada na abordagem foi entregue à Central de Flagrantes da Polícia Civil. No boletim de ocorrência, não existe a citação de quantos disparos foram realizados.

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