Vereadores de Curitiba votam nesta segunda-feira (27) um requerimento para que seja votado em regime de urgência um projeto de lei do prefeito Rafael Greca (DEM) para que a prefeitura assuma o custeio da manutenção do transporte público durante a pandemia do coronavírus. Se aprovado o regime de urgência, a proposta será votada entre segunda e terça-feira.
O dinheiro para manter o sistema de ônibus viria do Fundo de Emergência da prefeitura, que reservou R$ 500 milhões para o enfrentamento da covid-19. Desse montante, R$ 300 milhões são exclusivamente para a saúde e os R$ 200 milhões restantes são para outras contingências, como a manutenção do transporte coletivo.
O socorro do município às empresas de transporte manteria o sistema ativo após queda de 70% no volume diário de passageiros, mas também ajudaria a manter os empregos de 8 mil motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba. Em abril, os trabalhadores receberam apenas metade de seus salários, o que deixou o prefeito “furioso”, segundo palavras o próprio Greca em entrevista à rede de TV CNN.
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De acordo com o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp), mais da metade do orçamento mensal de R$ 77 milhões das empresas é destinado ao pagamento de funcionários. De acordo com balanço da entidade, desde o início da pandemia o sistema apresenta déficit de R$ 61 milhões.
No texto encaminhado por Greca aos vereadores, a Urbs, empresa que gerencia o transporte coletivo de Curitiba, ficaria responsável por custear o valor das horas previstas na programação operacional, cesta básica, plano de saúde, seguro de vida, combustível, lubrificantes, peças, despesas administrativas e tributos.
Segundo a prefeitura, o sistema transporta diariamente 1,2 milhão de passageiros, sendo que 650 mil pagam a passagem. Com o isolamento social, os ônibus passaram a transportar 160 mil passageiros por dia, 140 mil pagantes.
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De acordo com o projeto de lei, a colaboração da prefeitura seria temporária, com prazo máximo de 90 dias, podendo ser estendida por mais tempo caso permaneçam as restrições da pandemia. O custo total da frota é de R$ 78 milhões por mês.
Reforço na higienização
Ainda no texto do projeto, a prefeitura reforça que irá também colaborar na higienização de ônibus e equipamentos do sistema de transporte. Caberá à Urbs a fiscalização.
Medidas de higienização já foram reforçadas pela própria Urbs em terminais e estações-tubo, como a colocação de álcool gel em alguns pontos. Greca chegou a anunciar que a cidade estava usando substâncias que limpam melhor o ambiente como peróxido de hidrogênio, que está sendo usado em outros países. “ Estamos lavando, escovando, limpando, ‘xô tranqueira’, com água com hipoclorito de sódio e também, com água misturada em 3% com peróxido de hidrogênio”, postou o prefeito em sua conta particular no Facebook.