E olha que era promessa

Calçadas de Curitiba oferecem perigo para os pedestres

Elemento bastante citado na campanha e no plano de governo do prefeito Gustavo Fruet, as calçadas andam deixando a desejar em Curitiba. O tema também é recorrente nas audiências públicas, mas, por enquanto, a população ainda não presenciou nenhuma mudança efetiva. A administração municipal, porém, promete a criação de plano diretor de calçadas que será divulgado no começo do próximo ano. A medida pretende atender toda a cidade.

A região central, nas redondezas do Terminal do Guadalupe, é apenas um dos exemplos dos problemas que os pedestres precisam enfrentar. As principais reclamações são de buracos e pedras soltas, que além de favorecer uma possível torção dos pés também espirra água e lama nos dias de chuva.

Felipe Rosa
Fuad: menos perigoso na rua.

“As calçadas estão horríveis. A gente corre o risco de cair, quando chove empoça tudo e ficamos com a roupa cheia de barro”, reclama a manicure Jane Fernandes. “Como é ruim. Imagina uma pessoa de idade ou com problema físico”, também critica o jornaleiro João Alberto Liberato, que enviou sua reclamação à Tribuna. “Tem que andar olhando para o chão, senão a gente acaba caindo”, diz.
 
Morador da região há 40 anos, o ex-combatente Fuad Guerios, 90, afirma que a situação “sempre foi ruim” e conta que em alguns trechos prefere se arriscar pela rua ao invés de seguir pela calçada. “É menos perigoso do que na calçada. Vou pela rua”, reclama ele, que já caiu na rua ao tropeçar em uma pedra solta. “Machuquei o joelho”, lembra.

Revitalização

A prefeitura é responsável pela manutenção das vias para pedestres apenas quando executa projetos de revitalização das ruas. Nas demais situações, cabe aos proprietários dos imóveis manter a passarela em boas condições, condição considerada desfavorável pelo empresário Alberto Pan Neto, dono de um mercado. “Com tanto imposto que a gente paga, a prefeitura é que deveria arrumar”, sugere.

Legislação será atualizada

Em fase de finalização, o plano diretor pretende construir 115 quilômetros de calçadas e recuperar outros 150 quilômetros das vias para pedestres. Ao todo, 1,5 mil quilômetros de ruas têm pavimentação definitiva e calçadas O presidente do Ippuc, Sérgio Póvoa Pires, afirma que ainda não pode revelar detalhes do projeto, o que só será feito em meados de fevereiro, depois de apresentado ao prefeito.
 
Além da ação emergencial para recuperação das calçadas, o plano também pretende atualizar a legislação municipal a respeito do assunto, e integrar o projeto com os investimentos no transporte público. Ainda assim, Pires afirma que a comunidade tem papel fundamental. “O pouco caso é nosso principal problema. Não só do poder público, no passado, mas também das próprias pessoas que circulam, moram e trabalham. É o espírito público, todo mundo tem a ver com isso”, afirma ele, que destaca a humanização da cidade no envolvimento da comunidade e na participação da população nas decisões. (CGB)

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