Um brinco, que pertencia a um rapaz assassinado no ano passado, enfeitava a orelha de Danilo Vieira Campos, 22 anos, o “Paraíba”, preso ontem por investigadores da Delegacia de Homicídios, ao lado do primo José Ronildo da Conceição Alves, 20. Os dois paraibanos são suspeitos de envolvimento na morte de um homem ainda não identificado, encontrado carbonizado dentro de um carro, na semana passada.

continua após a publicidade

Apesar de Danilo afirmar que o adorno foi um presente de sua namorada, para a polícia o brinco é uma evidência de que o rapaz está por trás da morte do vendedor Fernando Fabrício Vieira, 33, em agosto.

Além desses dois homicídios, Danilo ainda é suspeito de outro assassinato, ocorrido também em agosto do ano passado.

A polícia já investigava a participação deles na morte do rapaz carbonizado, cujo corpo foi encontrado no porta-malas de um Corsa sedan roubado.

continua após a publicidade

O carro teria sido usado em assaltos a motéis no Uberaba, e foi abandonado no final da Rua Capitão João Ribas de Oliveira, no Guabirotuba.

Na manhã de ontem, a delegacia montou uma operação e prendeu os dois primos na casa onde moravam na Rua Augusto Renoir, no Jardim Savana, mesmo bairro.

continua após a publicidade

Os policiais deram cumprimento a um mandado de prisão temporária contra Danilo pela morte de Fernando. “Eles são primos, concunhados e namoram duas irmãs”, contou o delegado Jaime da Luz, responsável pelo inquérito do homicídio de Fernando.

Brinco

Segundo ele, Fernando era usuário de droga e conhecia os primos. Para a polícia, o rapaz foi amarrado, arrastado e esfaqueado depois de se desentender com Danilo. Depois da prisão, familiares de Fernando reconheceram o brinco do parente na orelha do paraibano.

José Ronildo vai responder por posse ilegal de arma, já que, debaixo da cama dele, os policiais encontraram uma espingarda de pressão modificada para calibre 32. Ele terá de pagar uma fiança de dez salários mínimos para conquistar a liberdade.

Além da arma, a polícia ainda encontrou uma faca grande que teria sido usada nos homicídios.

Queimado

O delegado Cristiano Quintas, que investiga o caso do carbonizado, informou ontem que aguarda as imagens das câmeras de segurança dos motéis que supostamente flagraram o veículo onde o rapaz foi queimado. Segundo ele, pelo menos quatro pessoas teriam participado desse crime. “Não sabemos ainda quem é a vítima. Acreditamos que seja um comparsa deles”, supõe o delegado.

Negativa

Os paraibanos negaram envolvimento nos crimes. José Ronildo disse que chegou há um ano da Paraíba e conseguiu emprego novo um dia antes de ser preso. “Eu tinha acabado de arrumar emprego. Ia trabalhar de auxiliar de limpeza num shopping. Essa espingarda é uma arma velha”, lamentou o rapaz, chorando diante da imprensa. “Estou com a consciência limpa”, afirmou. Seu primo Danilo está no Sul há mais tempo. “Moro aqui há cinco anos, trabalho em construção e não conheço nenhum Fernando”, disse, se referindo à vítima.

Veja o vídeo dos suspeitos.