A crise hídrica que a região de Curitiba vem passando nos últimos meses tem alterado a paisagem das represas e barragens utilizadas pela Sanepar para o abastecimento da população. Na Pedreira do Orleans, que fica em Campo Magro, até um ônibus ligeirinho que ficava submerso passou a ficar exposto, deixando muita gente curiosa. Afinal, como é que ele foi parar lá?
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Não foi acidente de trânsito e muito menos descarte indevido. O ônibus foi doação da Prefeitura de Curitiba para corporações que faziam treinamento de mergulho na região. Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, polícias Militar e Civil e o Exército chegaram a treinar suas equipes na região, que era o único simulador de naufrágio da América Latina.
Desde que implantou a captação no local, no início de julho, a Sanepar tem captado 150 litros por segundo da represa. Foram aproximadamente 1 bilhão de litros de água da Pedreira do Orleans, que reforçou a Barragem do Passaúna. A captação deve prosseguir nos próximos 60 dias, quando deve ser esgotada a água do local.
A decisão de captar a água da pedreira preocupou ambientalistas, que chegaram a pedir que o bombeamento de água fosse interrompido até a companhia apresentar um estudo de impacto socioambiental. No entanto, o pedido foi indeferido pela Justiça.
Medidas emergenciais
O bombeamento da água da pedreira faz parte de uma série de medidas adotadas pela Sanepar para amenizar os efeitos da estiagem severa que impacta o abastecimento de Curitiba e cidades da região metropolitana. Em março, a Sanepar implantou o rodízio no fornecimento de água na região sul. Em maio, o rodízio foi estendido para todos os moradores de Curitiba e região. Em agosto, o fornecimento segue intensificado, com 36 horas de abastecimento e 36 horas sem água.
Nesta quarta-feira (23), o índice das barragens do sistema de abastecimento de Curitiba e região (SAIC) está em 30,51%.