Três meses após o início da circulação do ligeirão Santa Cândida/Praça do Japão em Curitiba, a linha ainda gera algumas complicações e confusões entre os passageiros. A principal reclamação, inclusive, parte dos usuários de outra linha: o expresso Santa Cândida/Capão Raso, cujos passageiros se sentem prejudicados pela pouca frequência dos veículos em comparação ao ligeirão.
Mas muitos se queixam, também, da necessidade de atenção redobrada ao embarcar, já que em várias estações-tubo as duas linhas param na mesma plataforma, o que causa confusão ao entrar no veículo.
“Às vezes chega a passar três ligeirões na plataforma até vir um Capão Raso”, afirma Jessica Oliveira Ferreira, de 21 anos, que usa o transporte diariamente a partir do Terminal do Cabral. Com a espera, que segundo ela já chegou a 15 minutos em horário de pico, o resultado é que, enquanto a linha nova circula com quantidade de passageiros bem menor do que a lotação máxima, a antiga circula com os ônibus cheios.
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A percepção também é percebida para quem trabalha no sistema. “Em horário de pico, então, o Capão Raso fica muito mais lotado, além de rodar com os ônibus muito velhos. A Urbs deveria ter colocado menos ligeirões e mais expressos”, opina uma cobradora que trabalha em uma estação da região central e não quis se identificar.
Mesmo assim, a Urbs garante que a frequência de rodagem está correta. Segundo a empresa, os passageiros têm a impressão de que há mais ligeirões por causa da diferença de tamanhos dos trajetos. Enquanto o novo faz um trecho de 10 km entre o ponto inicial e o final, o antigo gira 20 km. O tempo de espera, enquanto isso, está programado para ser inclusive menor na linha que vai até o Capão Raso. A previsão é de que, nos momentos mais movimentados, passe um expresso a cada 3,5 minutos, enquanto o ligeirão teria uma frequência de 5 minutos. Não estão programadas mudanças na frequência das linhas, conforme a empresa.
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Outro ponto é que, nas estações em que não há espaço para paradas diferentes para as duas linhas, ainda tem sido comum a confusão entre os dois ônibus. Um cobrador da estação Bento Viana, ponto final do ligeirão, chega a afirmar que o desarranjo é motivo de briga entre os passageiros – e até de discussões com os motoristas. “Cada vez que chega aqui, o motorista precisa levantar e avisar que o carro não vai adiante. Aí te alguns que ficam bravos, e tentam furar a fila dos que já estão no tubo esperando o ônibus certo”, conta o funcionário, que não quis se identificar.
Quanto à falta de atenção dos usuários, a empresa garante ter sinalizado os ônibus e estações-tubo. O que falta, porém, é a colocação do mapa com o itinerário na parte superior de cada ponto – como acontece nos tubos das linhas ligeirinho. Isso deve acontecer no mês de julho.
Benefícios
Apesar dos entraves que persistem, a nova linha também foi uma melhoria para grande parte da população. A psicóloga Cilmara de Lima, por exemplo, pega o ligeirão no Terminal do Cabral e vai até o tubo Eufrásio Correia todos os dias. “Eu diminuí cerca de 10 minutos no meu itinerário. Além disso os ônibus são novinhos e é mais frequente conseguir lugar para sentar, mesmo em momentos de pico”, avalia.
A Urbs também pontua a situação dos alunos do ensino técnico da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que moram na região norte e tiveram o trânsito entre dois campi facilitado. Isso porque eles têm aula tanto na sede da que fica na Av. Sete de Setembro, como na unidade do Campo Comprido. Para a sede do Centro, desembarcam na estação Eufrásio Correia. Já nos dias em que têm aula na unidade do Campo Comprido, fazem a integração na própria estação Eufrásio Correia com a linha Centenário-Campo Comprido, pagando apenas uma passagem