Fiscalização

Blitz aperta o cerco contra ‘uber pirata’ na rodoviária de Curitiba

Segundo taxistas, os motoristas clandestinos chegaram a ameaçar profissionais. Foto: Divulgação
Segundo taxistas, os motoristas clandestinos chegaram a ameaçar profissionais. Foto: Divulgação

A proliferação de motoristas de aplicativo “piratas” em Curitiba é foco de uma blitze conjunta entre a Urbs, a Superintendência Municipal de Trânsito (Setran) e a Guarda Municipal na tarde desta sexta-feira (22). A fiscalização ocorre na Rodoferroviária, um dos principais pontos de atuação dos clandestinos, que fingem ser motoristas de plataformas como Uber e oferecem viagens a passageiros com preço abaixo do custo, mas sem o sistema de segurança obrigatório dos apps.

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“O clandestino é aquele que não conseguiu cadastro, mas se autodetermina motorista de aplicativo e aborda as pessoas. Muitas vezes ele mostra a viagem na tela do celular e cobra menos, dependendo da corrida”, explica Alessandro Cesar de Souza Alves, gestor da área de táxi e transporte comercial da Urbs, que gerencia o transporte coletivo na capital.

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Segundo Alessandro, a blitze não é contra motoristas regularmente cadastrados nas plataformas, que são autorizados a rodarem na cidade. “O motorista regular não causa nenhum problema para a população em geral. Agora, com os clandestinos o que pode ocorrer é o caos social. A gente não sabe quem esta atrás do volante. Poder ser alguém com boas intenções sim, mas pode não ser”, alerta o gestor.

Ameaças

A atuação dos falsos motoristas de app veio à tona nesta semana, depois da reativação de um antigo ponto de táxi na ala dos embarques estaduais da Rodoferroviária. O espaço, com quatro paradas de estacionamento, vinha sendo utilizado como parada pelos condutores piratas. Depois da demarcação do local como uso exclusivo para táxis na última segunda-feira (18), a pedido da própria população, alguns taxistas começaram a ser ameaçados pelos motoristas clandestinos.

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“Eles ficam aqui direto angariando o passageiro. Antes, largavam os carros nestas vagas e iam abordar os passageiros. E muitas vezes eles conseguiam as viagens porque muita gente não sabe direito como funciona Uber e esses aplicativos. Então eles acreditavam que eram motoristas de verdade e embarcavam”, relatou o taxista Antonio Carlos Melnick, com quem a reportagem conversou nesta quinta-feira (21).

Augusto Rodrigues da Silva, outro taxista que trabalha com transporte de passageiros na Rodoferroviária, disse ainda que muitos dos carros irregulares que atuam no ponto usam falsos adesivos de identificação. A utilização de pequenas placas adesivas que trazem o logotipo do aplicativo para a qual o motorista presta serviço é uma das exigências estabelecidas pela regulamentação do serviço na capital, feita em 2017.

“A gente não é contra motoristas de aplicativos. Tem serviço para todos. Nós somos contra esses motoristas que não estão regularizados e que ainda ficam ameaçando todo mundo aqui”, acrescentou Melnick. “Isso é um perigo para todo mundo”.

Orientação

Em resposta ao uso ilegal do nome da empresa por motoristas clandestinos na Rodoferroviária de Curitiba, a Uber orienta que todas as viagens da plataforma só podem ser realizadas se o chamado for feito por aplicativo.

“Todas as viagens da Uber necessariamente só podem ser realizadas por meio do aplicativo, onde o usuário solicita um carro ao toque de um botão e recebe, via app, informações do motorista parceiro que vai buscá-lo, como nome, foto, além de modelo, cor e placa do veículo. Dessa forma, qualquer viagem feita fora desses padrões não é uma viagem de Uber”, informou, em nota, a empresa.

Assunto já virou ação educativa na rodoviária Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Assunto já virou ação educativa na rodoviária
Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

 

A plataforma reiterou ainda que as viagens ilegais, que não são validadas pelo app, não dispõem das diversas ferramentas de tecnologia e dos processos de segurança oferecidos pela empresa, e nem são cobertas elo seguro que cobre acidentes pessoais durante as viagens.

Em caso de motoristas devidamente cadastrados, mas que desligam o aplicativo para oferecerem corridas “por fora”, a Uber afirmou que eles podem ser banidos caso a fraude seja comprovada.

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Quanto aos adesivos que estariam sendo plagiados por alguns motoristas clandestinos em Curitiba, a empresa justificou que essa é uma exigência particular da cidade de Curitiba e que “não se trata de um recurso de segurança nem para os motoristas, nem para os usuários”, já que ambos contam com mecanismos mais eficientes de identificação dentro da própria plataforma.

“Quando uma viagem é solicitada pelo aplicativo o usuário recebe dados que são muito mais precisos para aumentar sua segurança, como placa, modelo e cor do veículo, além de nome e foto do motorista”.

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