Mais digital do que nunca, a Black Friday, data mais aquecida do varejo, deve encarar um pico de vendas online. A mudança nos hábitos de compra dos consumidores fizeram do período, que neste ano acontece em 26 de novembro, o novo “Natal” no e-commerce, algo já visto nas últimas edições. De acordo uma pesquisa da Ipsos encomendada pelo Google, 64% dos brasileiros pretendem fazer alguma compra na data em 2021. A pesquisa ouviu 500 pessoas no mês de setembro.
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Um ponto de atenção, porém, está nos riscos escondidos nas transações e compras feitas no ambiente digital. Segundo uma pesquisa da PSafe, empresa de segurança digital, o número de malwares (apelido dado aos softwares que representam risco ao dispositivo, rede ou sistema) bloqueados cresceu 150% no trimestre da Black Friday quando comparado aos três meses anteriores, totalizando 12 milhões.
Os números compreendem as ameaças interrompidas pelo dfndr enterprise, solução de cibersegurança baseada em Inteligência Artificial da companhia. Na lista de golpes causados pelos malwares digitais estão o vazamento de dados pessoais, clonagens de cartões de crédito e comprometimento do próprio sistema operacional dos usuários.
Segundo Emilio Simoni, executivochefe da PSafe, os principais tipos de malwares detectados às vésperas da Black Friday são os de roubo de dados e credenciais bancárias ou de cartões de crédito, além de fraudes via SMS ou aplicativos falsos. Outro golpe comum é o phishing, quando são enviados e-mails com ofertas tentadoras — e falsas — aos usuários.
64% dos brasileiros pretendem fazer alguma compra na Black Friday de 2021, segundo pesquisa da Ipsos encomendada pelo Google.
Pensando nisso, o GazzConecta reuniu cinco dicas sobre como evitar sustos e episódios indesejados na data. Veja a seguir:
1. Desconfie das ofertas milagrosas
Apesar de concentrar descontos e promoções, a Black Friday ainda deve ser sinônimo de desconfiança caso algo pareça muito fora da realidade. A recomendação é estar atento aos valores cobrados por cada tipo de produto ou serviço, comparando o preço em diferentes sites e plataformas e desconfiar caso uma oferta muito tentadora apareça na data. Falsas ofertas podem ser uma isca para o roubo de dados de consumidores e invasão de aparelhos eletrônicos. Afinal, um comprador que deseja fechar logo uma compra “imperdível” acaba não se atentando a verificações de segurança no processo.
2. Busques sites oficiais
Em datas comemorativas e que concentram grande volume de vendas, como é o caso da Black Friday, uma prática comum entre os cibercriminosos é criar páginas falsas com visual similar ao de sites oficiais do varejo, imitando os e-commerces mais tradicionais do mercado e também os aplicativos dessas marcas. Acessar esses sites e aplicativos e registrar dados pessoais e bancários pode abrir brechas para fraudes. Por isso, é importante observar se o site é confiável e seguro. Um passo para isso é verificar se a grafia das marcas está correta ou, ainda, se há um cadeado na barra de navegação, o que indica segurança.
3. Instale bloqueadores
Os bloqueadores, como antivírus e soluções de inteligência artificial, servem de alerta sempre que algo suspeito é identificado. Eles são capazes de detectar links maliciosos que podem levar a golpes em redes sociais, e-mails e também pelo WhatsApp.
“Os golpes financeiros são transmitidos principalmente por SMS, e-mail e redes sociais e os principais riscos são: invasão dos criminosos nas contas bancárias digitais, pois eles pegam as credenciais da vítima e pagam contas, boletos, empréstimos e podem esvaziar as contas, fazendo transferências”, explica Simoni.
4. Atenção especial aos bancos
Com a digitalização acelerada do mercado financeiro, os aplicativos bancários também se tornaram alvo de ataques. Simoni destaca alguns golpes comuns dentro dos aplicativos e também comunicações que induzem o consumidor a cair em golpes.
Entre eles está o suposto desbloqueio ou bloqueio do cartão do banco, pedidos falsos de atualização de senha, falsas ofertas de upgrade da conta ou, ainda, um download de um aplicativo falso após o pedido de atualização do app. Sendo assim, a recomendação é estar atento a comunicações oficiais e ficar alerta a mensagens suspeitas, entrando em contato direto com o banco, se for necessário.
5. Não compartilhe links
Na dúvida, evite clicar e compartilhar links que vêm de fontes desconhecidas. A prática é comum, especialmente quando tem relação com promoções e descontos. Compartilhar de forma indevida pode levar outras pessoas a caírem no mesmo golpe.
E o PIX?
Novo sistema de pagamentos do Banco Central, o PIX vem acumulando reclamações em cerca de um ano de implementação.
Ano após ano, os golpes digitais são adaptados à realidade do mercado consumidor brasileiro. De um ano para cá, o PIX, novo sistema de pagamentos do Banco Central, passou a operar e, consequentemente, também reuniu um grande número de reclamações e inseguranças. Segundo uma pesquisa da PSafe, existem atualmente mais de mil contas falsas em redes sociais, como Twitter, Facebook, TikTok e Instagram, sendo usadas para aplicar golpes financeiros ligados ao pagamento por PIX.
Um golpe comum, explica Simoni, consiste no pedido de transferências devido a falhas em instituições financeiras e prometendo um depósito em dobro. “Eles postam vídeos e mensagens nas redes sociais dizendo que há supostas falhas em instituições financeiras e alegando que, caso a pessoa transfira uma quantia aos criminosos, ela será devolvida em dobro. Mas isso não existe, é golpe”, alerta.