Cem dias após o incêndio que atingiu o Palácio Belvedere, no bairro São Francisco, em Curitiba, a prefeitura informou que fará uma cobertura provisória no prédio até o próximo dia 26 de março. O anúncio foi feito depois de o Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Paraná (SindARQ-PR) encaminhar ao governador Beto Richa e à Coordenação de Patrimônio Cultural (CPC) uma notificação pedindo providências emergenciais a respeito do caso. O incêndio aconteceu dia 6 de dezembro e consumiu o telhado do edifício, deixando seu interior exposto às chuvas.
Como o imóvel – localizado na Praça João Cândido – foi cedido pelo governo estadual à Academia Paranaense de Letras (APL) e terá todo o seu restauro feito pela prefeitura, o CPC encaminhou a notificação à Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A pasta realiza a manutenção de todas as praças do município e, por isso, será responsável pelas alterações do palácio.
No entanto, o advogado do SindARQ-PR, Ramón Bentivenha, garante que a informação a respeito da cobertura não foi transmitida oficialmente ao sindicato e que a preocupação com o prédio continua. “A grande quantidade de chuvas que têm atingido nossa cidade pode prejudicar ainda mais o interior do imóvel, que é praticamente feito de madeira e está aberto durante todo este tempo. Isso poderia até inviabilizar o restauro”, alerta.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba garante que não há motivo de preocupação, pois o local passou por vistoria técnica na manhã desta sexta-feira (16) e “não foi constatada nenhuma situação diferente da já deixada pelo fogo”, informou em nota.
Restauro do edifício
Além disso, a secretaria informou que já possui um projeto de restauro pronto para o local, mas ele precisou de adaptações após o incêndio. “O novo orçamento deve ser concluído até o fim de março pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, para que sejam iniciados os trâmites do processo licitatório”.
Enquanto isso não acontece, o sindicato continua atento à situação. “Esperamos que cumpram o prazo do dia 26, que apresentem um projeto e comecem a executá-lo porque um restauro é diferente de uma reforma já que precisa respeitar as características originais da obra”, informou Bentivenha.
Verba para a restauração
Em junho de 2017, a prefeitura de Curitiba liberou R$ 1.073 milhão para a restauração do Palácio Belvedere. Na época, a presidente da comissão de avaliação do patrimônio cultural, Ana Márcia Gonzalez, explicou que a verba viria da “venda de cotas do potencial construtivo da edificação com vistas à obtenção de verba para o restauro”.
Com os danos causados pelo incêndio, a estimativa é a de que o valor da obra seja reajustado para cerca de R$ 1,5 milhão, como conta Ernani Buchmann, presidente da Academia Paranaense de Letras (APL).
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