O Ministério Público do Paraná (MP-PR) está apurando o que levou 26 mulheres a consumirem bebidas alcoólicas adulteradas em quatro bares diferentes de Curitiba. Ao ingerirem o líquido, as vítimas passaram mal e algumas delas chegaram a ficar desmaiadas por duas horas. A princípio, não se trata do golpe “Boa Noite Cinderela”, que usa substâncias ou medicamentos que atuam no sistema nervoso central e deixam a pessoa desorientada, desinibida e sem consciência dos seus atos.
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De acordo com as denúncias que foram relatadas na Secretaria da Justiça, Família e Trabalho do Paraná, as mulheres informaram sintomas como tontura, dificuldades para andar, cansaço e náuseas. Inclusive, as que ficaram desacordadas estão recebendo acompanhamento psicológico da Secretária.
Em relatos, três universitárias contam que tomaram taças de gin com energético, bebida oferecida gratuitamente às pessoas do sexo feminino em noites com open bar de algumas baladas de Curitiba e Região Metropolitana. Nestas ocasiões, todas as mulheres podiam tomar quantos gins quisessem até um determinado horário, no caso, às 20h30.
Em 15 minutos após ingerirem os drinques, conforme as denúncias, elas mal respondiam ao que eram perguntado, permaneciam com os olhos arregalados, sem conseguirem formular frases ou raciocinar. Estavam sem forças para andar, falar e encontravam-se praticamente desmaiadas, sem conseguirem se levantar. Por volta das 22h, elas começaram a vomitar em quantidade excessiva. Ao se dirigirem ao banheiro, encontraram outras mulheres igualmente vomitando.
Os casos ganharam repercussão quando 20 ocorrências foram relatadas na última semana de outubro. A partir disso, o MP-PR vai tentar buscar respostas quanto a responsabilidade dos estabelecimentos, motivação e de que forma os suspeitos estão agindo para abordar as mulheres. Os bares não tiveram os nomes divulgados.
“Estamos recebendo na Secretaria um volume muito grande de denúncias. Dopam essas moças e colocam essa substancia tóxica que as deixam vulneráveis com a intenção de praticar sexo não consentido com elas. Isso é muito grave e estamos fazendo um trabalho em conjunto com a Secretaria de Segurança para prevenção, orientação e conscientização”, disse Ney Leprevost, secretário da Justiça, Família e Trabalho do Paraná.
Exame toxicológicos
Exames toxicológicos foram realizados e os resultados que devem identificar as substâncias utilizadas nas bebidas ainda não ficaram prontos. No entanto, no primeiro momento foi descartado o uso do “Boa Noite Cinderela”, que induz ao sono pouco tempo após a ingestão.
Medicações como o Flunitrazepam, Ácido Gama Hidroxibutírico (GHB) – que pode diminuir o nível de consciência da pessoa – e a Cetamina são alguns dos compostos utilizados no golpe.
Orientações e recomendações
A forma mais eficaz de se evitar todo tipo de golpe na balada é ter atenção, a todo momento. Caso você seja vítima, ou presencie, este tipo de crime, procure, primeiramente, atendimento médico. Depois, com a cópia do prontuário, realize Boletim de Ocorrência, solicitando um exame toxicológico para saber a substância a que foi submetida. E caso tenha conhecimento de alguma vítima, busque ligar imediatamente para o 190, e em casos de denúncia anônima, para 181.
Confira mais algumas dicas para evitar transtornos com o “gole batizado”:
- Evite aceitar bebidas oferecidas por estranhos
- Se possível não deixe o copo em mesas
- Frequente ambientes acompanhados de amigos.
- Bebida de graça em balada quase sempre não tem boa procedência. Cuidado!