Era para ser só mais uma patrulha de rotina no trabalho de Keitiane Ferreira, 30, agente de trânsito em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Mas, às 15h35 desta segunda-feira (5), um chamado inusitado a fez largar a viatura e entrar às pressas no terminal Maria Angélica, onde um bebê estava prestes a nascer.
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“Estávamos passando pelo terminal quando um homem acenou. Paramos para ver e eles avisaram que tinha uma mulher ali em trabalho de parto. Não tinha como negar”, relembra a agente, ainda extasiada com as memórias do rápido contato entre ela e a mãe, Claudia Alexandre de Paula, de 34 anos, que, inclusive, voltava de uma consulta obstétrica no momento em que tudo aconteceu.
Segundo o pai, o engenheiro florestal Neuci Decol, 47, Claudia começou a passar mal dentro do ônibus e decidiu parar no Terminal Maria Angélica. Avisou o marido, que a aconselhou a permanecer no terminal e pedir ajuda caso precisasse. E precisou.
Keitiane relembra que do momento em que entrou no terminal até o nascimento da criança foram menos de 10 minutos, tempo justo para fazer rodar na cabeça todas as teorias sobre parto acumuladas durante a faculdade de Enfermagem, que a agente termina em julho. Mas, como mãe, acredita ter contado com um empurrãozinho do instinto – que não deixou nada dar errado.
“Encontrei com o pai do lado de fora da sala e perguntei de quanto em quanto tempo estava a contração dela. E ele veio logo dizendo que ela nem mais contração tinha, que já estava em trabalho de parto mesmo”, conta a agente. “Só deu tempo de eu pedir um par de luvas ao segurança. Entrei, me identifiquei e vi que ela já estava em trabalho de parto completo. Orientei para que quando ela tivesse a próxima contração fizesse força. E daí logo o bebê nasceu”, relembra a agente de trânsito.
Ambulância chegou após nascimento
Quando a ambulância do Samu chegou, minutos depois, Benjamin Alexandre Decol já havia nascido com seus 3,8 kg e 49 centímetros, e chorava no colo da mãe. Os dois foram levados ao Hospital Municipal de Araucária e passam bem. A expectativa é de que voltem para casa já nesta quarta-feira (7). “A gente estava preocupado porque nunca sabe como vai ser. Depois que tudo aconteceu, só pensamos que deu tudo certo. Foi muito bom saber que tinha alguém por perto ali para auxiliar”, afirma o o pai.
Para Keitiane, que decidiu se tornar enfermeira com o exemplo da avó, que também atuava na profissão, a experiência desta segunda certamente será uma das mais importantes da carreira que ainda nem começou. “Uma experiência inesquecível”, garante. “Quando a gente lida com saúde parece que na teoria é uma coisa e na prática outra. Mais por instinto também você já sabe o que fazer. Não tem nem como explicar”.