Com o quarto dia da paralisação nacional dos caminhoneiros, produtos perecíveis já estão em falta nos supermercados de Curitiba nesta quinta-feira (24). Entre os itens em falta estão batata, cenoura e tomate, que sumiram das prateleiras e também não estão mais disponíveis na Ceasa para reposição. Já nos açougues, o cliente encontra dificuldade para encontrar cortes de menor custo como paleta bovina, acém, carne moída de segunda e carne suína. Os próximos produtos que devem começar a ter faltar, segundo os comerciantes, devem ser os pães de forma e o leite.
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No Armazém da Maria, localizado na Linha Verde, no bairro Hauer, o setor de hortifrúti sofre com o desabastecimento desde a manhã desta quinta-feira (24). “Nossa equipe foi ao Ceasa realizar as compras, mas não encontrou tudo o que faltava. Com isso, não temos mais cenoura e estamos vendendo as últimas unidades do nosso estoque de tomate”, relata o gerente Alécio Albino Arsego.
Os dois produtos citados pelo gerente do Armazém da Família vêm de Rio Grande do Sul e São Paulo, respectivamente, e precisam passar por pontos interditados pelos caminhoneiros. Com isso, as cargas não chegam ao Ceasa de Curitiba, que já não tem mais frutas e está com 80% das vendas afetadas nesta quinta.
Outro produto que pode faltar a partir de sexta-feira (25) é a batata, que já dobrou de preço nos mercados de Curitiba. Na Ceasa, o saco desse item subiu de R$ 70 para R$ 150 e o impacto também chegou ao consumidor. “Nós compramos a batata nesta quinta com um aumento gigantesco e amanhã talvez nem tenha mais. Então, vamos oferecer tudo o que temos no estoque durante os próximos dias”, adiantou Arsego, que também não recebeu o carregamento de pães fatiados e de leite. Na quarta-feira, a batata já era encontrada nos mercados pelo dobro do preço: R$ 4,99.
Outros produtos em falta
Se a greve continuar, a situação deve afetar também a reposição de frutas e verduras que vêm das regiões Sudeste e Nordeste como laranja, manga, mamão, kiwi e a tangerina. Além disso, a oferta de carnes também sofre com a paralisação dos caminhoneiros. No Ítalo Supermercado no bairro Atuba, por exemplo, as opções bovinas disponíveis no açougue são as carnes nobres como alcatra, contrafilé e picanha, já que as demais não foram entregues à loja nesta quinta.
“Ligamos para seis frigoríficos da região e nenhum tinha para nos atender”, afirma o gerente do Supermercado Ítalo, Lucas Silva. Segundo ele, a situação não envolve as carnes congeladas como o frango, que estão disponíveis no estoque e possuem prazo de validade estendido.
Já os itens da cesta básica não devem faltar, já que a validade dessas mercadorias também é longa e, com isso, o estoque dos estabelecimentos comerciais tende a ser bem elevado, atendendo a população por vários dias.