Após três noites de confusão no Largo da Ordem, em Curitiba, durante o carnaval deste ano, o Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares de Curitiba (Sindiabrabar) cobrou ações da prefeitura em relação à segurança dos locais turísticos da capital. Nesta quarta-feira (26), um ofício enviado pela instituição ao prefeito Rafael Greca (DEM) pediu a instalação de câmeras de reconhecimento facial em pontos estratégicos da cidade, melhoria na iluminação na região de entorno de locais turísticos e a implantação imediata do programa Muralha Digital, que deveria fazer parte da Política Municipal de Videomonitoramento de Curitiba (PVMC).
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No ofício, que também foi encaminhado com pedidos semelhantes para o Governo do Estado, o Sindiabrabar diz que aguarda essas ações de segurança há um ano. No texto do documento enviado ao prefeito, o Sindiabrabar destaca que entidades de turismo filiadas à Confederação Nacional de Turismo (CNTur) já estariam há algum tempo pedindo que a cidade de Curitiba tenha equipamentos de reconhecimento facial nas ruas, praças e parques.
Mas a entidade reclama que o poder público municipal não está com a mesma “urgência, velocidade ou disposição” para dar andamento a essa proposta de uso do reconhecimento facial. O documento ainda cita como exemplo as cidades de Salvador (BA), Campinas (SP) e Rio de Janeiro (RJ), onde esse sistema de monitoramento já seria comum.
Quem assina o texto é o presidente do Sindiabrabar, Fábio Bento Aguayo, que ainda menciona uma audiência com Rafael Greca, na prefeitura, no dia 15 de fevereiro de 2019, na qual teria sido abordada a necessidade de tais ações. Na audiência, segundo menciona Aguayo no ofício, foi dito pela prefeitura que o projeto Muralha Digital estaria em andamento, assim como o estudo da legislação para implantação do reconhecimento facial em locais públicos da capital.
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O documento chega a mencionar as câmeras instaladas em ônibus do transporte coletivo como exemplo, indicando a importância de estender o serviço para as regiões críticas da cidade ou com alto índice de marginalidade. Aguayo também menciona os eventos clandestinos, marcados para ocorrer pela internet e redes sociais.
“Temos que nos prevenir desses incidentes. Sabemos que o que houve no carnaval não é um caso isolado. Esse tipo de coisa, se não fizermos nada, vai se repetir”, disse o presidente do Sindiabrabar, que complementa: “Tem que haver interesse político para isso. Trata-se de segurança pública”.
Informações oficiais
Sobre os itens mencionados no documento do Sindiabrabar, a prefeitura de Curitiba informou, por meio da assessoria, que o tema será tratado durante uma coletiva de imprensa da Polícia Civil (PCPR), marcada para a manhã de quinta-feira (27), às 9h30.
Já a PCPR informou, no texto de convocação para a entrevista coletiva, que os casos de danos, furtos e outros crimes que tenham ocorrido no Largo da Ordem estão sendo investigados. Ainda de acordo com a Polícia Civil, as imagens de câmeras de segurança cedidas pela Guarda Municipal já estão sendo analisadas, e as equipes de investigação buscam informações e provas que contribuam no trabalho de identificação e qualificação dos indivíduos envolvidos nos crimes.
Reforço na segurança
Na tarde desta quarta-feira (26) a prefeitura de Curitiba informou que o trabalho integrado entre guardas municipais e policiais militares no Centro Histórico vai continuar com efetivo reforçado no próximo fim de semana, nos mesmos moldes de como ocorreu durante o feriado de Carnaval.
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“Serão mantidos os módulos móveis, as viaturas do Policiamento de Proximidade Ostensivo (PPO) e o patrulhamento a pé, principalmente ao redor dos locais em que houve casos de depredação, nos últimos dias”, afirmou o secretário municipal de Defesa Social e Trânsito, Guilherme Rangel.
Ainda de acordo com a prefeitura, mais de 100 guardas municipais trabalharam durante o feriado nos locais de eventos, como os desfiles das escolas de samba na Rua Marechal Deodoro e a Marcha Zombie Walk, e a região do Centro Histórico, onde havia três módulos móveis para dar apoio às ações de segurança.
“Toda a programação oficial do Carnaval da cidade ocorreu de forma tranquila e sem problemas de segurança. No Largo da Ordem houve tumulto e tentativas de agressão, inclusive contra os guardas municipais”, frisou o superintendente da Guarda Municipal, Carlos Celso dos Santos Junior, destacando que o movimento no largo não se tratava de uma programação oficial do município, mas um movimento espontâneo de frequentadores.