Campanha Nacional 2016

Bancários reivindicam 14,78% de reajuste salarial

A categoria bancária definiu, neste domingo (31), a pauta de reivindicação da Campanha Nacional 2016, que será entregue à Federação dos Bancos (Febraban) no dia 09 de agosto.

Entre as prioridades apontadas pela categoria no estado estão o índice de 14,78% (reajuste com inflação mais aumento real de 5%), combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais empregos e fim das demissões nos bancos. Também definiram o piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24) e a PLR de três salários mais R$ 8.317,90 de parcela fixa adicional. E décimo quarto salário. A categoria também pede a valorização dos vales refeição e alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 880).

A pauta geral da classe trabalhadora também foi debatida e aprovada. Foi incluída uma clausula para garantir melhores condições de trabalho nas agencias digitais, incluindo garantias em termos de emprego e jornada; fim da sobrecarga de trabalho e maior remuneração. Também foi aprovado um manifesto em defesa dos direitos dos trabalhadores.

A definição da pauta final de negociação começou no início do mês de julho, com a consulta aos bancários e os debates nas conferências estaduais. Neste fim de semana, durante a 18ª Conferência Nacional, em São Paulo, cerca de 633 delegados, que representam trabalhadores de bancos públicos e privados de todo o país, definiram os itens para a Campanha Nacional Unificada 2016.

O presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, Roberto von der Osten, afirmou que diante do atual cenário, a negociação com os banqueiros tende a ser ainda mais dura, mas que os trabalhadores estão prontos para a luta. “Com o fim da 18ª Conferência Nacional dos Bancários, temos uma minuta unificada que nós vamos apresentar para os banqueiros, defender com determinação e fazer uma grande Campanha Nacional rumo à inflação mais o ganho real que nossa categoria merece. Vamos também defender nossos direitos, a democracia e lutar contra a terceirização e qualquer tipo de retirada de direitos. Nenhum direito a menos, foi o que decidimos nesses três dias”.

“Os bancários estão mobilizados para uma campanha forte e vamos nos unir com trabalhadores de outras categorias que fazem campanha no segundo semestre. Aprovamos um manifesto contra a retirada de direitos dos trabalhadores, contra a Reforma da Previdência, o congelamento dos gastos com saúde e educação, em defesa do Pre-Sal, e contra o PL da terceirização”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do comando. “Somos milhões em todo o Brasil e haverá uma grande mobilização caso avancem contra conquistas históricas dos trabalhadores.”

Consulta – Na base do Sindicato a consulta foi respondida por 14.286 trabalhadores. Nas cláusulas econômicas, as principais reivindicações foram por aumento real (81% das respostas); PLR maior (88%); fim das demissões, com mais contratações (73%); e melhores condições de trabalho, sem assédio moral ou metas abusivas (60%). A categoria também defende os bancos públicos (88%), se coloca contra a terceirização ilimitada (90%), o aumento do tempo para se aposentar (67%) e mudanças que ameacem férias, jornada extra e 13º salário (73%).

Lucro dos bancos – O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos três primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 13,131 bilhões. Dos 25 setores com empresas de capital aberto avaliados pela Consultoria Economatica o setor bancário foi o de maior lucratividade no primeiro trimestre deste ano. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancarias cresceram 6,2% atingindo o valor de R$ 26,582 bilhões.

Emprego – A defesa do emprego é uma das prioridades da Campanha 2016. “Tivemos, entre janeiro e maio deste ano, o fechamento de quase 6 mil postos de trabalho no setor bancário. Além da rotatividade, o setor também segue contratando o trabalhador com salario em média 45% menor. Você acha justificável que um setor que lucra mais de R$ 13,6 bi no trimestre demita milhares de trabalhadores para reduzir custos?”, questiona Ivone Silva, secretária geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

Dados da Categoria – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 512 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos doze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2015 de 20,85% e 42,1% no piso.

Principais itens aprovados:

– Reajuste Salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real, além da inflação de 9,31%

– PLR – três salários mais R$ 8.371,80

– Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24)

– Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  – Salário Mínimo Nacional (R$ 880)

– 14º salário

– Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários

– Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho

Melhores condições de trabalho nas agências digitais

Mais segurança nas agências bancárias

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