O balão que pegou fogo no domingo (25) no bairro Boqueirão em Curitiba, aumentou a atenção das autoridades. Os balões não esportivos movidos a fogo são uma fonte de risco de incêndio para edificações, aviões, florestas e plantações, colocando em perigo a saúde e a vida de pessoas e animais. O espetáculo pode até parecer bonito para quem gosta, mas as consequências são imprevisíveis e muito perigosas.
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O artefato do fim de semana tinha 200 metros e cortou o céu de Curitiba. Policiais militares perceberam o balão quando foi avistado no Juvevê, ou seja, até o ponto que caiu na Rua O Brasil para Cristo, no bairro Boqueirão, o objeto percorreu aproximadamente 15 km. Ao cair entre uma casa, uma empresa e uma fábrica de papel e impressora no bairro Boqueirão, os policiais tiveram que fazer o isolamento da quadra. No local, vizinhos, curiosos e possivelmente os responsáveis pelo balão acompanharam de perto o trabalho. É comum e faz parte do ritual dos baloeiros, seguir o trajeto do balão, ou seja, uma perseguição que muitas vezes pode ser perigosa.
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Após evitar um incêndio maior e de grandes proporções, os restos do balão foram encaminhados para a Polícia Ambiental que começou a fazer diligências para descobrir a origem, além de destruir o material. Desse balão de 200 metros, 150 metros pertencem ao que chamam de cauda e contava com uma imagem de Jesus Cristo crucificado.
Maria Cecília Marçal Rodrigues, tenente e porta-voz do Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde (BPAmb-FV), relata que o resto do balão é todo destruído. “O material como papel de seda, armação e forro são destruídos. Não tem como identificar a procedência do material, pois são comuns e podem ser comprados em papelaria. O balão para ser aprendido tem que ter poder de fogo e isso pode ser confundido pela população”, disse a tenente, referindo-se aos balões decorativos de festas, por exemplo.
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Prisões e período de balões
Soltar balão é crime previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), Art. 42, a que proíbe a “fabricação, venda, transporte ou soltura de balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano”, sob pena de detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
No último dia de 10 de julho, cinco pessoas foram presas em uma fazenda em Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba. Na oportunidade, além da detenção, foram aplicadas multas que totalizaram R$50 mil. “A gente trabalha com informações, especialmente da inteligência da Polícia Ambiental. Era um balão menor de 35 metros, mas que poderia causar problemas. O pessoal acha bonito, mas temos que batalhar para preservar o patrimônio e a vida das pessoas”, reforçou Maria Cecília.
Nos meses de junho e julho, período com festas juninas, é mais comum termos balões. O lado cultural ganha a boa vontade da população que ajuda na confecção do artefato. No entanto, o prejuízo de uma aeronave sem controle pode resultar em acidente.
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“Entendemos a questão alegórica e até mesmo cultural da soltura de balões nesta época de festa junina ou julina, mas nossa orientação é que as pessoas não utilizem destes artefatos que, assim como fogos de artifício, trazem riscos para o meio ambiente e para as pessoas. O trabalho da Polícia Ambiental é preventivo e a proteção ao meio ambiente necessita de um maior rigor, portanto, se houver o flagrante a lei vai se sobressair”, afirmou a porta-voz do Batalhão de Polícia Ambiental.
Perigos na rede
Além dos riscos de incêndio, esses balões causam um grande prejuízo para a rede elétrica da Copel. Em 2020, a companhia registrou cinco casos envolvendo balões em suas linhas de transmissão, todos na Região Metropolitana de Curitiba. Já nas redes de distribuição que levam a energia até os consumidores finais as ocorrências são muito mais comuns do que se imagina: foram 1.908 casos registrados com balões na área de concessão da Copel, no ano passado.