Moradores do bairro Campo do Meio, em Campo Largo, cobram da prefeitura a velha promessa. Endereço de várias indústrias, o local tem grande fluxo de caminhões e ônibus, mas não há asfalto nem calçada nas ruas. A pavimentação está na lista de propostas e projetos dos políticos e administradores há pelo menos 12 anos, mas nunca sai do papel.
Além do perigo para pedestres, que precisam dividir espaço com veículos pesados, o que incomoda a população é a poeira a cada carro que passa. “A gente limpa o tempo todo, mas não vence. Tenho que ficar com a casa fechada e mesmo assim fica tudo cheio de pó e sujeira”, conta Romilda de Fátima Kaminski, moradora do bairro há cerca de 20 anos.
Mais grave do que a sujeira, são os problemas respiratórios causados pelo pó de cascalho das ruas e a poluição das indústrias. “É até difícil de respirar. A gente fica com a garganta seca e irritada. Essas fábricas soltam fumaceira, mal cheiro e uma espécie de pó de carvão, meio engordurado, que gruda nas coisas”, diz Romilda.
Transformação
Terezinha de Oliveira Santos, que diz ser a primeira moradora do bairro, há mais de 40 anos, acompanhou a transformação do local. “Aqui era cheio de plantações. Não tinha esse movimento de carros e caminhões. Agora passam carretas, levantando poeirão que deixa a gente afogada. Tem dias que a gente precisa ficar trancada em casa, por causa do cheiro da fábrica que faz chapas de alumínio. Se eu tivesse condição de fazer outra casa, no meio do mato… Eles tinham que nos indenizar, para sairmos daqui”, cobra.
Terezinha diz que a comunidade do bairro já cansou de cobrar melhorias da prefeitura. “Já foi feito até abaixo-assinado, pedindo asfalto. Mas ficam sempre adiando, enrolando. Candidatos prometem fazer, mas vai ficando de gestão para gestão e não fazem nada. Se não têm recursos pro asfalto, tinham que pelo menos molhar a rua todos os dias”, pede.
Nos planos da prefeitura
Dono de mercado na esquina da PR-510 com a Rua Theodoro Kochinski, Renato José de Lara também sofre com a poeira. “A situação está terrível. A prefeitura diz que tem projeto, mas nunca acontece nada. Nem a lombada que pedimos para impedir que os caminhões passem correndo, eles fizeram. Pago impostos, tenho alvará e acho que merecemos consideração”, reclama.
O chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Viação e Obras, Irenilson Lubacheski, informa que a atual gestão está em processo de adaptação às necessidades do município, realizando diversas obras emergenciais. “A obra em questão faz parte de nosso plano de governo e sua manutenção ocorrerá nesta gestão”, promete, ressaltando que a viabilidade de execução dependerá de condições financeiras.
