Um grupo de estudantes da Universidade Positivo, em Curitiba, apostou em um procedimento inédito para criar um bacon vegano. Com sabor que promete ser igual ao da proteína suína, a “carne” é desenvolvida a partir de fungos. A receita envolve o micélio e os cogumelos, que são a estrutura do corpo de um fungo e a frutificação dele, respectivamente.
“Nós tínhamos um fascínio pela micologia, que é o estudo dos fungos. Após algumas reuniões, decidimos investir no ramo alimentício e apostar nos fungos como uma alternativa para o consumo de carne” relata o engenheiro de bioprocessos e biotecnologia, Matheus Perotti, um dos idealizadores do projeto.
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A técnica estimula o crescimento da estrutura do corpo do fungo, que já é utilizada em outros mercados, como o farmacêutico, o têxtil e o da construção civil. Em um laboratório de garagem surgiu a Hyph – Proteínas Alternativas.
“É como se, no reino vegetal, estivéssemos usando os galhos de uma árvores ao invés da fruta. Os próximos passos são lapidar o processo de produção do micélio aéreo, permitindo o escalonamento industrial, e viabilizar economicamente a produção”, diz Matheus.
A recém-formada empresa recebeu um aporte do Programa Centelha, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, que será utilizado para investir em equipamentos de segurança alimentar. O grupo já testou nas estufas cogumelos culinários fáceis de encontrar no varejo, como shitake e shimeji, mas ainda busca a espécie ideal para transformar em bacon. A proposta é que o produto entre no mercado até 2025.