Uma pesquisa da UFPR apontou que os choques de aves com vidros de janelas, muros de casas, construções comerciais e edifícios em Curitiba são mais recorrentes na primavera, estação que começou em setembro completa um mês nesta sexta-feira (22). Além de mostrar onde os acidentes com aves ocorrem, o levantamento explica o que acontece com o organismo das aves quando se chocam com o vidro e quais as espécies de aves que são mais vulneráveis a esse tipo de evento na capital. O objetivo é disseminar as informações relevantes ao tema e, com isso, buscar salvar aves.

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Quase ninguém nota, mas acidentes com aves, os “queridos passarinhos”, são muito comuns nas grandes cidades. No mundo inteiro, segundo a UFPR, bilhões de aves são mortas todos os anos por colisões com vidraças. Apenas nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que anualmente cerca de 900 milhões de aves morram por este motivo.

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Na UFPR, o grupo de pesquisas “Entre o vidro e a vida”, coordenado pelo professor Fabiano Montiani, do curso de Medicina Veterinária, deu um tratamento científico ao tema. Entre seus resultados, a pesquisa mostrou que a maioria das colisões nas janelas ocorre durante a primavera, a época de reprodução mais comum das aves no Brasil.

Lesões

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Trauma cranioencefálico foi a lesão fatal mais encontrada. Uma particularidade dos achados da pesquisa feita em Curitiba foi que as aves não migratórias foram as maiores vítimas. Pesquisas em outros países demonstraram que as aves migratórias eram as maiores vítimas. O sabiá-laranjeira, junto com a pomba-de-bando (ou avoante) foram as espécies de aves que mais frequentemente morreram devido a este tipo de acidente. O aumento da atividade e da agressão relacionadas à época de reprodução, especialmente em machos, pode ser um fator mais importante para acidentes de colisão de janelas de vidro.

Metodologia

O projeto, que contou com a participação de alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV), consistiu em investigar quais as principais lesões encontradas nas aves mortas por este tipo de acidente. A então aluna do programa de doutorado, Gabrielle Adad Fornazari, organizou um site e uma página no Facebook, com orientações sobre como prevenir estes acidentes e como destinar as aves acidentadas.

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“O pessoal do SIGA-UFPR foi decisivo no auxílio da criação do nosso site que permitia ainda que as pessoas que localizassem aves que sofreram este tipo de acidente pudessem registrar o que viram, com a possibilidade de fazer o upload de uma fotografia da ave acidentada”, relata Gabrielle.  E completa: “Hoje comemoramos muito a publicação dos resultados desta pesquisa na mais recente edição de um dos principais jornais de medicina de aves do mundo: o “Journal of Avian Medicine and Surgery”. O artigo pode ser lido neste link.

A equipe que desenvolveu a pesquisa e escreveu o artigo científico publicado incluiu a médica veterinária e ex-doutoranda Gabrielle Adad Fornazari, o doutorando do PPGCV André Saldanha, o professor da UFPR Rogério Ribas Lange (Medicina de Animais Selvagens) e a professora da UFPR Tilde Froes (Diagnóstico por Imagem).

Segundo a UFPR, além do professor Fabiano Montiani-Ferreira (Médico Veterinário especialista em Oftalmologia Veterinária e Orientador do Projeto), a pesquisa também contou com o apoio de dois renomados pesquisadores americanos, o professor Daniel Klem Jr. e o professor Bret A. Moore. Bret A. Moore é professor de oftalmologia veterinária da Universidade da Flórida (UF) e Daniel Klem Jr. é um famoso ornitólogo americano, conhecido por suas pesquisas pioneiras sobre a mortalidade de pássaros devido a janelas de vidro. Acredita-se que seja hoje a maior autoridade no tema.

Mais Informações e fotos do projeto podem ser encontradas no site “Entre a vida e o vidro”.

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