Buzina, mau humor, trânsito, sinal vermelho e revolta. Com certeza, muitas pessoas já passaram por isso na Avenida Visconde de Guarapuava, no Centro de Curitiba, uma das principais vias da cidade, sempre congestionada. E já pensou em plantar alface, espinafre, tomate, salsinha, pimentão e até pepino nos canteiros centrais da desta movimentada avenida? A Francine Cordeiro, técnica de enfermagem e moradora da região, foi ousada e está colhendo os alimentos no meio de tantos carros que ali transitam. 

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A ideia da Francine surgiu no começo do ano, ao conversar com uma comerciante da região. Sem espaço dentro de casa, ela decidiu tentar algo diferente naquele amplo espaço por onde ela é acostumada a atravessar diariamente. “Digo que a Visconde faz parte do meu terreno. Todo dia é uma agitação, e pensei em proporcionar algo legal para os outros e para a cidade. Plantar é simples, o custo não é muito alto, e ajuda a ter momentos de tranquilidade. Mexer na terra é bom demais, gosto de planta desde a infância, estou feliz”, desabafou Francine que planta na Visconde com a Lourenço Pinto, próximo a Câmara Municipal de Curitiba.

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

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Desde junho, a técnica de enfermagem tem passado algumas horas nos canteiros da Avenida Visconde de Guarapuava. Ela já plantou alface, espinafre, tomate, salsinha, capim-limão, pimentão, pepino, arruda e hortelã. Segundo ela, a alface pegou super bem no terreno e foi aprovada no prato.

“É prazeroso comer algo que você plantou, tem um gosto especial. Deu super certo, foi uma combinação daquilo que você descobre de algo que gosta. É a forma de tirar da tristeza ou mesmo da correria do dia a dia. As pessoas têm apoiado bastante, buzinam e elogiam”, comentou a moradora do Centro. 

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Não pegue sem pedir

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Francine é dedicada ao plantio e à colheita, e por isso, fica de olho nos espertinhos que querem recolher alguma coisa. A regra ali é clara, só ela pode retirar. “Tem a energia ruim dos outros, deixa que eu corto. Se pedir, eu entrego na boa, a plantinha sente igual o bichinho da gente. Ele não gosta de todo mundo, tem um jeitinho especial. Quando não estou aqui, estou de olho lá de cima”, apontando para um prédio residencial. 

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

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Quer ajudar?

Questionada pela Tribuna do Paraná se gostaria de alguma ajuda de leitor para aumentar a produção, Francine pediu mudinhas e adubo. “Eu ficaria contente, tem bastante espaço na Visconde para plantar e melhorar esse astral de lugar barulhento e confuso”, completou a “agricultora da Visconde”. Quem quiser ajudar, pode entrar em contato pelo Instagram: @francine.cordeiro .

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