Autoestima de volta

Atitude na cabeça! Casal de Curitiba doa perucas a quem perdeu os cabelos

Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

Com nove anos de fundação, o Instituto Atitude na Cabeça, com sede em Curitiba, comprovou que qualquer forma de doação é sempre bem-vinda. Especializada em receber cabelos e fazer perucas, o sonho dos proprietários é conseguir uma sede própria para ajudar ainda mais. Exemplo de amor e paixão, o Atitude na Cabeça abraça mulheres e homens que estão em dificuldades, seja por doença ou acidentes.

O Instituto começou em 2014 com a Suely Maria Baldan e o esposo Rafael. Donos de brechós há mais de 20 anos, o casal se acostumou a receber itens de doação. No entanto, um pedido chamou a atenção da Suely, que teve dificuldade para conseguir o produto. “Fui questionada pela minha nora se eu tinha uma peruca para doar para uma mulher em Santa Catarina. Fiz o pedido aos amigos nas redes sociais, e não tive resposta. Fiquei revoltada, pois as pessoas valorizam bobagens ao invés de ajudar. Fui atrás da peruca em vários pontos de Curitiba, não gostei do que vi. Eu queria algo original, pois pensei em mim. A pessoa está sofrendo e precisa de algo que não fuja da aparência dela”, disse Suely.

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A partir de pesquisas e estudos, a antenada Suely percebeu que poderia colaborar com a sociedade atendendo pessoas clinicamente doentes ou mesmo sem condições financeiras para bancar uma peruca. Aliás, esse é um ponto essencial para entender a filosofia do Atitude na Cabeça.

A queda capilar não é somente estética como às vezes costumamos fazer essa relação, especialmente com os homens. Doenças como alopecia, câncer, diabetes, HIV, Lúpus, Hipotireoidismo, queimaduras e outras patologias podem resultar em perda de cabelo e depressão. “É um mundo diferente, pois é costume pensar que só cai cabelo para quem faz quimioterapia. Tem queimaduras, alopecia e outras situações pesadas. Nós devolvemos a autoestima, e quando a pessoa sai daqui, ela percebe que ela é dona dela. Digo que pesquisei muito, o brasileiro é prestativo, mas falta atenção na hora de se fazer a doação correta. No nosso caso, o cabelo precisa ter no mínimo 20 centímetros, pois iremos costurar esse cabelo e se perde alguns centímetros até na limpeza dele. No corte, se perde também”, comentou a especialista.

Perucas, lenços e até turbante

Após a doação do cabelo que ocorre na atual sede localizada na Francisco Rocha, 1544, no bairro Bigorrilho, a equipe de voluntários que hoje chega a 20 pessoas em Curitiba, realiza um processo cirúrgico utilizando técnicas de costura e paixão. A peruca que vai ser entregue posteriormente é confeccionada por profissionais que utlizam como base registros fotográficos de como era o cabelo da pessoa.

“A interessada ou interessado entra em contato pelo WhatsApp (41 99677-1134) e vai contar a patologia dela. Aí mandamos uma relação de documentos que é preciso para darmos entrada no processo. Depois disso, a pessoa manda a foto dela para verificarmos qual o cabelo que ela tem. Quando estiver pronta a peruca, ela vem fazer a prova. Não adianta ela ser morena e pedir um cabelo loiro”, reforçou Suely.

Outra questão interessante no Instituto Atitude na Cabeça que não é somente a peruca que a pessoa tem acesso. Em certas ocasiões, acessórios como lenços e turbantes colaboram para que a pessoa acolhida tenha ainda mais alegria em viver. “Começamos a verificar que muitas pessoas recebem a peruca e não tem um lenço. Percebemos outras mulheres que tem o lenço, mas não conseguem amarrar. Lançamos um turbante que facilita, e temos toucas em dias mais frios. Elas comentam que é um salão de beleza, passam o dia de rainha. Fico feliz, um sorriso vale muito mais que qualquer dinheiro”, emociona-se Suely.

Quem também acompanha a rotina do Atitude na Cabeça é Ivanilde Pereira da Silva, 59 anos. Ela é voluntária há seis anos, e uma dia ela entrou no espaço para ganhar uma peruca devido a alopecia. “Eu cheguei aqui bem mal. Fui diagnosticada com alopecia aos 15 anos de idade. Sofri demais, a separação do meu casamento teve também esse motivo quando morava em Joinville, em Santa Catarina. Ganhei tudo aqui, sou grata para a vida inteira. Digo que o Instituto me curou em todos os sentidos, e minha missão é passar isso aos outros. Sofri preconceito da sociedade, e o Atitude na Cabeça representou libertação e transformação”, admitiu Ivanilde que é costureira do local.

Sede própria

No Bigorrilho, o espaço apesar de ser grande e confortável, os empreendedores do Instituto sonham com um lugar maior e próprio. A ideia é atender mais gente, dar mais conforto e continuidade aos projetos, inclusive com as Bonecas Carecas, que são apadrinhadas e comercializadas. Segundo a Suely, a renda obtida para pagar os custos mensais são oriundos do brechó.

“Sobrevivemos do brechó que tem 20 anos. Nosso objetivo é ter uma sede própria, pois temos cursos para costureiras iniciantes, cursos para fazer perucas, curso de cabeleireiro iniciante e precisamos de espaço. O maior sonho é atender mais pessoas. Confesso que quando começamos o Atitude, jamais pensamos em chegar no estágio atual. Estamos felizes, mas podemos crescer. Recebemos um valor de uma parceria com a Havan com três lojas em Curitiba no troco solidário, e esse dinheiro está lá parado para ser usado para a nova sede. Não temos ainda o local, pois precisamos arrecadar. Eu acredito em sonhos, quando se dispõe a ajudar, você melhora. Não seja egoísta, a atitude de colaborar com o próximo, é um passo para a gente evoluir”, completou Suely.

Como ajudar?

Para colaborar com o Instituto Atitude na Cabeça em prol da nova sede, faça um PIX, selecionando o CNPJ: 23789353000118. Caso queira fazer a doação de cabelo, o endereço é na Francisco Rocha, 1544, no bairro Bigorrilho. O telefone é o (41) 99677-1134. Quem ama, ajuda.

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