Tapetes únicos e originais. Essa é a proposta do Cadeira Brava, ateliê que fica no Centro de Curitiba e que foge da ideia de que tapete só serve para ficar no chão. Obviamente, o local também produz tapetes com essa finalidade. Mas as peças artesanais criadas no espaço podem ser usadas como decoração e penduradas na parede, por exemplo. Nesse trabalho a imaginação é tão livre que no ateliê já foram feitos tapetes como molduras de espelho.

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O negócio surgiu há um ano e meio e é comandado por Karen Louise e Luiza Alves, filha e mãe. Um dos destaques é a originalidade dos tapetes. Karen explica que sempre teve afinidade com desenhar, inclusive foi tatuadora por um tempo. Por isso, é possível fazer qualquer formato e desenho, conforme o desejo do cliente.

“Eu acho que o mais legal desse trabalho é que não precisa ser um tapete quadrado, um tapete redondo. Faz de qualquer formato. E como sou eu que faço os desenhos, vem alguém pedir uma encomenda, por exemplo, do desenho do rosto da Hello Kitty com o nome da filha no meio, dá pra fazer. [Dá para fazer] no formatinho que quiser, cor, tamanho”, conta Karen.

Mãe e filha produzem os tapetes. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

As encomendas funcionam de duas formas. Na primeira o cliente leva um desenho pronto e Karen faz o tapete com base nesse design. “Semana passada recebi uma encomenda do brasão do Coxa. Então eu não preciso desenhar, mudar nada”.

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Mas para quem não possui um desenho pronto, não tem problema. A artesã diz que as vezes recebe apenas uma foto e faz o design. Além dessas situações, também existem clientes que só lançam uma ideia e ela cria um formato do zero. “A cliente falou ‘o tamanho é esse, eu quero uma coisa abstrata na cor roxo e laranja’. Eu fiz, mandei o desenho e ela disse ‘perfeito, é isso que eu quero'”, conta rindo.

Ela revela que depois que o trabalho é finalizado muitas pessoas dizem que não querem pisar no tapete. Por isso, a artesã sempre coloca um tecido antiderrapante e suportes, para que o cliente decida se quer deixar no chão ou pendurar. “Tem essa versatilidade. Dá para fazer espelho, banco, potinhos revestidos”.

Desenhos são únicos. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

O início do ateliê

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Karen decidiu começar o negócio na tentativa de preservar a saúde da mãe, que possui um problema renal. Luiza trabalhava como motorista de aplicativo e passava muitas horas sentada e sem beber água, o que estava afetando a condição dela.

“Eu sempre tentei trazer outras coisas pra ela fazer, crochês, toucas, mas ela nunca gostou de nada. Minha mãe é bem das finanças, dos números. Enfim, teve uma vez que eu tava almoçando e assistindo um vídeo de alguém fazendo um tapete e ela super se interessou. Eu vi o olhinho dela brilhando vendo o vídeo. Eu perguntei ‘e se a gente fizesse tapete? Você gostaria de fazer?’. Ela disse ‘se eles tão fazendo, por que a gente não pode fazer?’ Comprei a máquina em um mês, outra máquina em outro mês. Achei um espaço para alugar e a gente começou assim”, relata Karen.

A artesã conta que nenhuma delas nunca tinha tido contato com esse trabalho. Por isso, ela foi aprendendo as técnicas assistindo vídeos na internet e pesquisando. Com muito mais prática, atualmente elas dão risada dos primeiros tapetes que fizeram, como teste, e relembram com humor os dias de caos das primeiras tentativas em usar as máquinas.

Tapetes do Ateliê têm desenhos originais. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

O exercício de olhar para um passado não muito distante deixa as duas felizes com os resultados que já conseguiram e que pretendem continuar alcançando. “É claro que o trabalho artesanal tem as suas imperfeições e é isso que torna o trabalho único também. Porque nenhum tapete vai ser igual ao tapete que você encomendou”, afirma Karen.

Há poucas semanas Luiza vendeu o carro para se dedicar por mais tempo no ateliê e aprender mais das técnicas já dominadas pela filha. Já Karen trabalha como product manager durante o dia e, por volta das 18 horas, começa o turno no segundo emprego.

“O que eu espero é fazer com que o ateliê se torne a nossa principal renda. Então fazer por exemplo com que minha mãe consiga trabalhar só aqui, não precise voltar a fazer Uber. A gente está focando bastante para conseguir fazer isso se tornar nossa principal renda”, projeta a jovem.

O processo de confecção dos tapetes

A artesã explica que o preço do tapete depende do tamanho e da complexidade do projeto. O valor inicial é de R$ 150. Já os tamanhos são variados. A maior armadura é de 2,5 metros, mas Karen diz que é possível fazer tapetes maiores. Basta fazer em duas etapas e depois juntar.

Processo de produção do tapete. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Geralmente, a confecção acontece entre uma e duas semanas. As etapas são inúmeras: desenhar, bordar, finalizar, depilar e embalar.

“Faço o desenho e projeto na tela, estendendo o tecido no frame. Depois de projetar começo a bordar. Depois passo cola na parte de trás e deixo secando, geralmente de um dia para o outro. Corto, tiro o tapete do frame e faço o acabamento fechando todas as bordinhas em volta. Ai eu escolho qual vai ser o tecido que vou colocar atrás. Por exemplo, se pessoa tem certeza de que não vai usar de chão, ao invés de colocar tecido antiderrapante coloco um veludo, que fica mais fofinho. Depois vem a parte de depilar, para deixar o tapete nivelado”, comenta sobre o passo a passo.

Tapetes podem ter desenho, formato e tamanho escolhidos pelo cliente. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Por que Cadeira Brava?

Karen diz que as vezes algumas pessoas acham que elas vendem cadeiras. Por isso, já no perfil do Instagram elas deixam o recado: “nós não vendemos cadeiras”. O nome surgiu por conta de uma tradução que os amigos de Karen faziam do user dela nas redes sociais e que ela gostava. Entretanto, ela achou um novo significado. “Eu sou a cadeira e ela é a brava”, brinca apontando para a mãe.

Já Luiza garante que as vezes os papéis se invertem e quem vira a brava é a filha. “Ela tem mais prática do que eu, mas estou aprendendo. Puxa minha orelha direto”, ri Luiza.

As encomendas de tapetes podem ser feitas pelo Instagram. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Essa união entre mãe e filha também faz com que o trabalho seja mais especial. “Eu gosto muito porque é uma coisa nossa, tá no começo agora, mas tem muito potencial. As pessoas indicam bastante. A gente gosta bastante de fazer os detalhes. Então quando a pessoa recebe ela gosta do resultado”, diz Karen.

O ateliê Cadeira Brava fica na Rua Cândido Lopes, no Centro de Curitiba. As encomendas podem ser feitas pelo Instagram.

O que??

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