O Partido dos Trabalhadores (PT) se pronunciou oficialmente para denunciar o ataque que aconteceu no acampamento pró-Lula na madrugada deste sábado (28). Segundo o partido, inicialmente teriam sido mais de 20 tiros disparados no local, informação que foi corrigida posteriormente – o partido diz que foram entre seis e oito disparos. O acampamento recebeu o nome de acampamento Marisa Letícia, ex-esposa de Lula, falecida em 2017, na Rua Padre João Wislinski, no Santa Cândida. Um homem foi baleado e uma mulher se feriu por estilhaços.
“O ataque é mais um episódio de violência política contra a democracia e acontece um mês depois de tiros terem atingido o ônibus da caravana Lula pelo Brasil, no interior do Paraná. Até agora não foram presos os autores dos disparos feitos no mês passado e tampouco os desta madrugada”, diz a nota do PT.
O partido acusa as autoridades de omissão perante a tudo o que vem acontecendo. “Inaceitável omissão, conivente das autoridades e da mídia golpista, que silencia ante a barbárie crescente”, completa a nota, citando também o fato de o assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, continuar impune.
Segundo o PT, a partir de agora, o mundo inteiro vai tomar conhecimento de “mais um crime político que se cometeu no Brasil depois do golpe”. Os representantes do Partido dos Trabalhadores exigem punição imediata dos criminosos.
Veja a entrevista ao vivo:
Reforço na segurança
Na manhã deste sábado, representantes do PT e também da Central Única dos Trabalhadores (CUT) conseguiram uma reunião com as forças de segurança no prédio da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp-PR). “O diálogo teve basicamente três pontos, o primeiro deles é no pedido de reforço na segurança daqui pra frente e disseram que vamos ser atendidos. O segundo diz respeito às investigações do caso, que pedimos que sejam feitas o mais rápido possível”, explicou Dr. Rosinha, presidente estadual do PT.
Já o terceiro pedido feito na reunião diz respeito sobre como vão ser as medidas para os próximos dias. “Temos o Primeiro de Maio, que certamente vão vir muitas pessoas, e precisamos de um reforço também nesse dia”, disse o político, reforçando que estes três pontos foram garantidos durante a reunião, a começar pela busca e identificação do autor dos disparos. “A nossa clemência, nesse momento, também é a da Secretaria de Segurança, porque nesse momento todas as atenções estão voltadas a Curitiba”.
Segundo Dr. Rosinha, antes de o atentado acontecer, os manifestantes já se revesavam para fazer uma espécie de segurança do acampamento. “Também contratamos equipes terceirizadas, porque é nossa função manter a segurança. Mas agora vamos precisar de apoio porque foi sim uma tentativa de homicídio”.
A presidente da CUT do Paraná, Regina Cruz, também informou que a segurança no acampamento vai ser reforçada. “Nós temos responsabilidade pelas pessoas que estão lá. Vamos colocar câmeras de vigilância que conseguem filmar até a noite, porque já temos alguns veículos, que sempre passam hostilizando os manifestantes, e vamos passar as informações para a Polícia Civil”, disse, afirmando também que os atos no feriado de 1º de Maio estão mantidos.
Investigações
Em nota, a Sesp-PR confirmou o ataque ao acampamento na madrugada deste sábado e afirma que os tiros foram efetuados por um indivíduo que chegou ao local a pé. Segundo o comunicado, peritos da Polícia Cientifica, policiais militares e da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, estiveram no local e recolheram cápsulas de pistola 9 milímetros. Foi aberto um inquérito para apurar o caso.
https://www.tribunapr.com.br/noticias/seguranca/ataque-tiros-ao-acampamento-contra-prisao-de-lula-deixa-duas-pessoas-feridas/