Os cerca de 1,5 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupam desde a manhã de segunda-feira espaços em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Curitiba, farão uma assembleia nesta terça-feira (6) para definir os rumos do ato. Segundo a assessoria de imprensa do movimento, a reunião ainda não tem horário definido.
Os protestos fazem parte da Jornada Nacional de Lutas. Na segunda-feira (5), a informação oficial era de que os manifestantes ficariam acampados na Rua Dr. Faivre, no Centro, pelo menos até sexta-feira (9). O site oficial do MST publica que os protestos podem se encerrar já nesta quarta-feira (7), feriado nacional do Dia da Independência.
A questão agrária é a principal pauta da Jornada, que tem entre as suas reivindicações o assentamento imediato das mais de 120 mil famílias acampadas em todo o país. O movimento também tem como iniciativa tornar pública sua insatisfação com os cortes em programas sociais propostos pelo presidente Michel Temer (PMDB).
Desde segunda-feira (5), integrantes do MST ocuparam o Ministério do Planejamento, em Brasília, e órgãos públicos nos estados de Alagoas, Ceará, Porto Alegre, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Mato Grosso, Maranhão, São Paulo e Pernambuco.
Em nota, o Incra informa que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, recebeu representantes dos movimentos sociais e sindicais ligados à questão agrária. O governo condicionou a discussão dos pontos apresentados pelo MST à desocupação dos órgãos públicos. A nota afirma que as entidades pedem o veto ao Projeto de Lei 4.559/2012, que altera as regras para a aquisição de terras por estrangeiros; a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA); a ampliação do volume de recursos destinados às ações de reforma agrária; a retomada do Programa Minha Casa Minha Vida Entidades; e a manutenção da idade mínima para aposentadoria.
Ocupação em Curitiba
A prefeitura de Curitiba, por meio da Secretaria do Governo Municipal, encaminhou ofício nesta terça-feira (6) ao Ministério da Justiça e Cidadania e ao Incra sobre a interdição do trecho da Rua Dr. Faivre entre as avenidas Sete de Setembro e Visconde de Guarapuava, e solicitou atuação dos órgãos para um entendimento célere com os manifestantes.
A Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) alerta os motoristas para que redobrem a atenção ao transitar pelas avenidas Presidente Affonso Camargo, Sete de Setembro e Visconde de Guarapuava, na região central. Essas vias estão com o tráfego mais lento devido à interdição na frente do Incra.