O pagamento em dinheiro está cada vez mais raro no transporte público de Curitiba. Com isso, a utilização do cartão transporte, cartões de débito ou crédito, e até celular estão ajudando a reduzir o número de assaltos contra ônibus que circulam em Curitiba. De 2019 a 2022, houve uma queda de 87% nos assaltos, segundo a Prefeitura de Curitiba. Atualmente Curitiba tem 2.422.670 cartões ativos no sistema.
Com base nos boletins de ocorrência registrados pelas empresas de ônibus, a Urbanização de Curitiba (Urbs) fez, a pedido da Tribuna do Paraná, um levantamento nos últimos três anos. Em 2019, foram 834 assaltos no transporte público, 560 em 2020, 186 em 2021 e 103 no ano passado. Financeiramente o prejuízo passou de R$ 125,2 mil para R$ 10,6 mil, uma queda de 91%. Aliás, em 2003 foram registrados 5.592 assaltos, um recorde nada positivo para a cidade.
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“Hoje quase 80% das passagens no transporte coletivo são pagas por meio de cartão, o que trouxe praticidade e maior segurança para o passageiro. O transporte coletivo deixou de ser um dos alvos principais de assaltos da cidade”, disse Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbs.
Em 2019, o pagamento em dinheiro representava 36,8%; em 2020 diminuiu para 32,33% e em 2021, para 31,64%. No ano passado, esse percentual reduziu para 22%. Atualmente, das 254 linhas de Curitiba, 205 só aceitam pagamento com cartão.
Cartões de banco e celulares
Outra situação importante que reduziu a ocorrência de assaltos veio a partir de março de 2022, quando os ônibus, estações-tubo e terminais da cidade passaram a aceitar cartões de débito, crédito e celulares. Mais de 5,7 milhões de passagens já foram adquiridas.
O cruzamento de dados reforçou que o número de ocorrências reduziu à medida em que o uso do cartão foi ampliado no transporte coletivo e a circulação de dinheiro foi reduzida. “Vale lembrar que 2020 foi o ano de pandemia, em que tivemos uma redução da circulação de pessoas. Mesmo com a volta à normalidade, o número de ocorrências diminuiu”, acrescenta Maia Neto.
História do Cartão Transporte
O primeiro passo da implantação do cartão-transporte foi dado em setembro de 2001, para os trabalhadores do sistema de transporte, como motoristas e cobradores de ônibus e estações-tubo. Para os idosos em geral, a emissão de cartões começou em março de 2002. Em outubro do mesmo ano foram feitos cartões-transporte para as pessoas com deficiências e os aposentados por invalidez com direito à isenção. Para os estudantes, a emissão começou em fevereiro de 2003.
Dois meses depois, em abril de 2003, os usuários pagantes começaram a fazer o cartão-transporte. Desde então, o cartão se tornou o companheiro do curitibano ao invés daquele fichinha cinza que era utilizada na década de 90.
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Como é definida a tarifa de ônibus?
Para se chegar ao valor final da tarifa, segundo a prefeitura, são considerados uma série de custos. Entram nessa conta desde gastos com diesel e lubrificantes, salário dos motoristas e dos cobradores e os impostos trabalhistas, além de peças, manutenção da frota, limpeza dos ônibus, das estações-tubo e dos terminais e renovação da frota. Esses são os principais fatores que definem o valor final.
Outra importante variável é a quantidade de passageiros pagantes. Quanto menor o número de passageiros pagantes, maior o valor da tarifa.