A extensão dos transtornos deixados pela sequência de chuvas fortes não para de crescer em Curitiba. No bairro Mercês, moradores de uma esquina de “baixada”, formada pelo cruzamento entre as ruas Dr. Carlos de Paula Soares e General Agostinho Pereira Alves Filho, próximo ao Parque Barigui, viram o asfalto ceder pela terceira vez em dez anos e já não conseguem mais contar nos dedos as situações em que a água extravasou da galeria da região diretamente para o quintal de suas casas.

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A tempestade desta quarta-feira (14) entra nesta conta. Com a grande quantidade de água acumulada em pouco tempo, parte do asfalto do cruzamento ficou prejudicada – muito parecido com o que ocorreu na Rua Desembargador Westphalen, no Centro da cidade.

Mas nas Mercês, o asfalto não só se rompeu com a chuva como continua cedendo dia após dia, o que fez dois vizinhos decidirem isolar a área na manhã desta sexta. “A prefeitura veio aqui de carro, deu uma olhada e foi embora sem fazer nada. Eu e um vizinho que isolamos. Como nós percebemos que uma parte continua cedendo, fizemos, porque esse é até trecho de passagem de ônibus”, contou um morador que preferiu não se identificar.

Por esta esquina passa a linha Bigorrilho, que costuma transportar estudantes de duas universidades próximas da região. Além disso, ressalta o morador, a área é geralmente um local de passagem rápida de motoristas, que não fazem muita questão de pisar no freio ao circularem por ali. “Aqui passa cada foguete que se bater com isso é problema”, acrescentou o morador.

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O supervisor Jair Marcos Perin, de 52 anos, mora há 15 anos na mesma casa, também próximo à esquina. Ele confirma que os alagamentos não são raros e que o excesso de água preocupa. “Na última agora a água aqui chegou ameio metro”. Segundo ele, o problema está nas manilhas que formam a galeria da rua: elas não teriam todas o mesmo diâmetro e quando a água que corre por uma maior se depara com um espaço menor, a água acaba subindo. “Do ano passado para esse meu IPTU ficou três vezes mais caro, mas nenhum retorno aqui pra gente“, contesta.

Moradora da rua Dr. Carlos de Paula Soares, a psicoterapeuta Bruna Alberti, 30, viu os transtornos dentro do próprio quintal depois da chuva desta quarta. Os bancos de pallet que davam um toque mais leve ao jardim da casa dela viraram um acumulado de madeira depois que a água baixou. “A gente conseguir ver as madeiras boiando”, relembra.

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A psicoterapeuta disse que já chegou a entrar em contato com a prefeitura para resolver o problema de um dos bueiros da rua, muito grande e que, por isso, representa perigo para as crianças da rua. “As crianças ficam brincando aqui na rua, perto desse bueiro, mas agora a gente falou para eles não irem mais ali perto”, disse. Outros vizinhos também já teriam pedido uma solução para o perigo, mas ninguém recebeu retorno algum até agora.

Questionada sobre os problemas nas Mercês, a Secretaria Municipal de Obras Públicas informou por meio de nota que está programada para a próxima semana uma inspeção com equipamentos (sondagem), para que os técnicos do Departamento de Pontes e Drenagem possam identificar o porquê de o asfalto ter levantando e, então, executar os serviços de manutenção necessários.

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