Dois homens armados com facas fizeram um arrastão em um ônibus da linha Curitiba/Tamandaré/Minérios na Avenida Mateus Leme, em Curitiba, na última quarta-feira (11), e acabaram sendo flagrados pelas câmeras do circuito interno do veículo. Os equipamentos são parte das câmeras em teste que começaram a ser instaladas pela Comec, que gerencia o transporte na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), na metade de setembro. Essa é a primeira vez que um crime é captado por câmeras em ônibus.
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As imagens que mostram o momento da ação foram divulgadas pela Viação do Sul, empresa proprietária do ônibus, nesta segunda-feira (16), e mostram os assaltantes ameaçando e levando diversos pertences de funcionários e passageiros da linha.
De acordo com a Viação Sul, o assalto aconteceu enquanto o coletivo passava em frente ao Cemitério do Abranches. Gerente de tráfego da empresa, Cristian Leoldi explica que foram levados R$ 70 do cobrador e celulares e outros pertences dos passageiros.
A empresa tem certeza de que as imagens irão ajudar a identificar os criminosos, cujos traços são exibidos nitidamente nas gravações. Segundo Leoldi, a presença das câmeras “claramente não era esperada pelos assaltantes, que nem sequer viram que elas estavam ali”. O gerente explica, ainda, que um boletim de ocorrência foi aberto e a investigação está em andamento na Polícia Civil.
Segurança
A instalação de câmeras é a principal reivindicação do Sindicato de Motoristas e Cobradores (Sindimoc) para tentar conter a onda de violência no transporte público de Curitiba e região, que já vitimou três pessoas esse ano: dois motoristas e uma passageira foram assassinados em ônibus. Segundo o sindicato, o caso do dia 11 de outubro “reitera como as filmadoras seriam importantes em todos os ônibus para facilitar o combate aos arrastões diários”. Há cerca de um mês, a Comec vem testando câmeras nas linhas intermunicipais. Na capital, entretanto, não há previsão para que o sistema de imagem seja instalado nos veículo, mesmo as câmeras sendo obrigatórias, de acordo com a lei municipal 13.885/2011.
A Urbs, empresa que gerencia o transporte público em Curitiba, alega falta de dinheiro para a instalação das câmeras. A implantação do sistema só seria viável a partir da renovação da frota, mas desde 2013 as empresas de transporte de Curitiba estão desobrigadas a trocar os veículos. A decisão judicial atendeu a um pedido das empresas, que alegam um desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão. Como a instalação das câmeras está vinculada à renovação da frota, Curitiba não tem data para ter o sistema. Urbs e a prefeitura tentam derrubar a liminar que impede a renovação da frota em Curitiba.