Sem dinheiro

App de transporte amplia programa pré-pago em busca de maior segurança

Foto: Aniele Nascimento
Foto: Aniele Nascimento

Desde março, a Uber oferece uma nova opção para o uso de crédito pré-pago para o pagamento de corridas e entrega de alimentos da plataforma. Assim como acontece com a compra de créditos para celular pré-pago, direto no caixa dos estabelecimentos comerciais, o usuário pode carregar de R$ 25 a R$ 200 em um dos 250 mil pontos de vendas espalhados por todo o país (no início de junho eram 18 mil), sendo lojas de pequeno porte, bancas de jornais e totens em terminais de ônibus e estações de metrô.

Hoje a plataforma tem mais de 20 milhões de usuários, mas a startup não informa quantos aderiram à modalidade de pré-pago. Após finalizada a compra, é gerado um código. Para cadastrar os créditos, basta abrir o aplicativo, selecionar Pagamentos, em seguida Adicionar forma de pagamento e então a seção Uber Pré-Pago. O usuário digita o código recebido no ponto de venda e, conforme usa, o crédito disponível é debitado do montante total, no limite de R$ 1 mil por vez. Desde o final de 2017 já era possível adquirir créditos pré-pagos por meio de cartões físicos, similares aos vendidos como vale-presente, nas maiores redes varejistas do país, como Walmart e Lojas Americanas.

A ideia é melhorar o atendimento às pessoas que não têm ou não usam cartões de crédito regularmente – 28% dos brasileiros fazem uso do dinheiro de plástico, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) –, ou contam com um smartphone com pacote 4G. “Quando a Uber começou a aceitar pagamento em dinheiro, viu o número de viagens aumentar principalmente nas regiões metropolitanas”, afirma Gabriela Manzini, porta-voz da Uber no Brasil. “É um fenômeno que prova a capacidade da nossa plataforma de mudar a mobilidade nas cidades brasileiras.”

A opção garante ainda segurança, pois diminui as chances de os motoristas circularem nos veículos com dinheiro vivo, aceito desde meados de 2016, o que tem gerado medo de assaltos por parte dos mais de 500 mil condutores parceiros. O usuário pode chamar um carro, entrar e sair sem se preocupar em sacar dinheiro ou separar troco. Da mesma maneira, pode acessar o app de entrega de comida Uber Eats, escolher e pagar por uma refeição.

“Durante o dia não vejo tanto problema. A situação complica à noite. Já parei no meio do dia para depositar o dinheiro das corridas. Circulo com o máximo de R$ 100 trocados”, comenta Margarete Kuerten Camilo Ferrazzo, de 42 anos, parceira da Uber há um ano e oito meses. Ela ainda não foi informada sobre a expansão da modalidade pelo app, mas afirma que a plataforma não distingue cartão pré-pago de cartão de crédito no sistema, apenas informa sobre a escolha do usuário pela opção voucher. “Não temos como saber quantos dos clientes aderiram à modalidade. Recebo 60% do valor por meio eletrônico. O restante é pago em dinheiro vivo, principalmente nos primeiros 15 dias do mês”, diz a motorista.

Uber pelo navegador e parceria com programa de milhagem

O Uber Pré-Pago não é o primeiro grande investimento feito pela Uber em 2018. Há cerca de dois meses, o site m.uber.com ganhou uma nova cara, permitindo dispensar a instalação do app da Uber no celular. Com ele, é possível pedir um carro a partir do navegador do celular, do tablet, do laptop ou até do desktop em conexão com a internet.

E, desde março passado, os usuários podem adquirir créditos Uber por meio do programa Smiles. É possível tanto trocar milhas por créditos como usar o cartão de crédito para comprar créditos diretamente no site do Smiles em troca de acumular milhas (3 milhas para cada R$ 1 em créditos Uber para clientes em geral e 4 para integrantes do Clube Smiles).

 

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