Onze pessoas seguem presas por participarem de uma rinha de galos em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A Polícia Civil desmantelou a ação neste sábado (19), no exato momento em que os animais duelavam em uma espécie de ringue. Os galos foram encaminhados para instituições parceiras da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e terão o cuidado de médicos veterinários.
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A investigação começou alguns meses atrás a partir de uma denúncia anônima. Com o apoio de outras delegacias e até o uso de um helicóptero, a ação não poderia dar margem para que os suspeitos soubessem da preparação policial e não cancelassem a “competição”.
Matheus Laiola, delegado responsável pela DPMA, informou que apostas estavam sendo realizadas no momento em que a Polícia Civil entrou no espaço. “Foram meses de investigação para desmantelar mais uma quadrilha que se organizava para praticar rinhas. Pegamos os animais duelando e mais de 51 deles foram resgatados. Onze pessoas foram autuadas e outras serão investigadas. Estas pessoas foram presas por associação criminosa, maus tratos e por promover jogos de azar”, disse o delegado.
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Galos se recuperando
Com o fim desta rinha, os 51 galos recuperados foram encaminhados para instituições parceiras de Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Um dos destinos foi a SOS Quatro Patas, de Campo Largo. A diretora da ONG, Mariane Mazzon, explicou que os veterinários encontraram os animais muito machucados e eles precisam ficar separados um do outro para evitar novas brigas. “Os animais que recebemos estão sendo tratados pelos nossos veterinários e estão separados. Eles não podem ficar juntos e arrumamos um local para cada um. É preciso socializa-los novamente para que depois venha a ser doado. Muitos animais estão bem machucados e estão sendo medicados com antibióticos, sprays e pomadas”, relatou Mazzon.
Pena mais dura aos criminosos
Desde o dia 29 de setembro, a punição para quem comete maus-tratos com animais aumentou. A lei prevê punição de dois a cinco anos de detenção, multa e proibição da guarda do animal vítima. Antes da sanção do presidente Jair Bolsonaro, a penalidade previa punição de três meses a um ano de reclusão, além de multa.
Do início de 2019 até setembro de 2020, Curitiba e região metropolitana registrou aumento de resgates de animais feitos pela DPMA. Foram perto de 2.000 animais resgatados, com 400 pessoas encaminhadas para prestar depoimento. Por dia, a DPMA recebe cerca de 50 denúncias de casos envolvendo animais e meio ambiente. “A gente acredita que essa lei veio em um bom momento, pois a gente prendia e depois a pessoa era solta. Espero que o resultado venha a ser positivo para a sociedade com esse aumento punitivo. A desculpa das pessoas é variada e o brasileiro é criativo ao relatar dos motivos que o fizeram cometer a infração. Não tem cabimento, maltratar animal dá cadeia”, avalia Laiola.