A médica Virgínia Helena Soares de Souza, absolvida da acusação de provocar mortes de ao menos sete pacientes que estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico de Curitiba, vai processar o estado do Paraná e União por danos morais. A informação foi divulgada pelo seu advogado Elias Mattar Assad, em uma coletiva na manhã desta sexta-feira (21). “Vamos propor uma ação de indenização contra o estado de forma pedagógica”, garantiu o defensor.
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Assad justifica que durante o período em que foi acusada, Virgínia não ficou afastada apenas da medicina intensiva, mas se impôs uma série de restrições na vida pessoal. “As poucas vezes que ela saiu, tentou passar desapercebida, mas parecia uma procurada em seu território. Ela se auto-impôs uma prisão”, afirmou. O advogado também ressaltou que ela não deve voltar a exercer a medicina e lembrou que a médica já ganhou uma ação trabalhista contra o Hospital Evangélico, no valor de R$ 4 milhões.
Ministério Público vai recorrer da decisão judicial
A decisão pela absolvição de Virgínia foi tomada pelo juiz Daniel Surdi de Avelar, da 2ª Vara do Júri de Curitiba. Ele concordou com a argumentação da defesa, de que faltavam provas. O Ministério Público do Paraná (MP-PR), no entanto, afirma que vai recorrer da decisão em um prazo de até 15 dias. “Respeitamos a decisão do juíz, mas não concordamos. Pretendemos receptor a um colegiado porque, com todo respeito ao juízo, a prova produzida não foi analisada de forma correta. Temos confirmação de que essa decisão será reformada”, disse Paulo Sérgio Markowicz de Lima, promotor que atuou no caso.