A doméstica Nádimi Cordeiro Alegre, 33 anos, que passou por apuros devido ao rompimento do apêndice, saiu ao meio-dia de ontem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Cajuru e se recupera da cirurgia sem risco de morte, de acordo com a instituição. A Tribuna do Paraná contou na edição desta terça-feirsa (8) o sufoco vivido pela paciente e por sua família. Sofrendo os sintomas desde 19 de fevereiro, ela passou por várias instituições de saúde, mas só foi diagnosticada no dia 26 do mês passado.

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“Ela está no quarto, está bem ativa. Conversamos e só a barriga que está sensível, dolorida”, comemorou ontem o marido, o auxiliar técnico Luís Alberto Ramos, 35. A paciente conversou com a reportagem por telefone e disse estar se recuperando bem. “Passei a tarde toda falando com parentes no celular”, contou. Ela ainda será submetida a uma cirurgia de reversão de colostomia, sem data prevista.

Entenda o caso

Nádimi fez uma laqueadura na Maternidade Mater Dei, em Curitiba, no dia 3 de fevereiro, e teve boa recuperação. Pouco mais de duas semanas depois, no dia 19, sentiu dores e procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h de Pinhais, onde reside. Segundo a paciente, no local foi apontada uma complicação da laqueadura, relação descartada na Mater Dei. O médico de plantão diagnosticou diarreia-gastroenterite. Ainda com dor, Nádimi voltou à UPA no dia 20, onde levantaram a hipótese de constipação intestinal. No dia 21, ela procurou o centro particular São Camilo, em Pinhais, e também teve diagnóstico de problema intestinal. Foi para casa com uma receita de laxante e recomendação de ingerir frutas.

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Sem melhora, Nádimi recorreu à Unidade Básica de Saúde Ana Nery, em Pinhais, no dia 23, onde foi medicada para infecção urinária, pois apresentava ardência ao urinar. No dia 25, com fortes dores, procurou a UPA novamente, e de lá voltou à Mater Dei para reavaliar a laqueadura. Na maternidade, recomendaram que ela retornasse à UPA, onde fez um raio-X e uma ecografia. No dia 26, o médico plantonista diagnosticou apendicite, e a paciente foi encaminhada à UTI do Hospital Cajuru. Em nota enviada à Tribuna do Paraná, a UPA ressalta que “não houve negligência no atendimento” e reafirma que “prestou toda a assistência necessária”.

Em defesa da equipe

Segundo a secretária municipal de saúde de Pinhais, Adriane da Silva Jorge Carvalho, não houve erro da equipe médica. “A medicina não é uma ciência exata, em função das queixas do paciente o médico vai descartando possíveis situações. No dia 19, ela nos procurou com diarreia, dor abdominal e vômito, mas não apresentava febre nem nenhum sinal que caracterizasse a apendicite”, explica.

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Referência

A UPA 24h de Pinhais realiza 10 mil consultas por mês, em média, de acordo com a secretária. “Não existem queixas e denúncias de erro médico em nossa ouvidoria”, afirma. “Atendemos Curitiba, Pinhais e também Piraquara, de onde são 20% dos nossos atendimentos. Pacientes de toda a região qualificam e avaliam bem nossos serviços”. Antes da inauguração da UPA, em 2013, havia no mesmo local uma unidade de emergência pequena, que realizava em média 6 mil atendimentos por mês.