Motoristas e pedestres que passam diariamente pelo cruzamento da Avenida dos Estados com a Rua Santa Catarina, no bairro Água Verde, estão preocupados com o desligamento do semáforo desde a última sexta-feira (29), quando os equipamentos foram furtados. De acordo com os moradores da região, a chance de acidentes é grande e o problema coloca em risco alunos da Escola Municipal Desembargador Marçal Justen, que atravessam o cruzamento todos os dias para ir e voltar das aulas. Além disso, eles reclamam da ausência de fiscais da Superintendência Municipal de Trânsito (Setran) para organizar o tráfego na região.

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O designer Bruno Palma e Silva, de 35 anos, é pai de um dos estudantes e afirma que a travessia tem sido perigosa para as crianças. “Aqui já é uma esquina conhecida pelo grande número de acidentes. Só que, com o semáforo desligado e sem a presença de agentes de trânsito, o risco aumentou, principalmente nos horários de entrada e saída da escola”, reclama.

E a situação é realmente complicada. Em apenas 15 minutos observando o cruzamento, a reportagem presenciou duas freadas bruscas no meio do cruzamento, diversas buzinadas de motoristas que não queriam aguardar na fila e vários pedestres preocupados ao atravessar. “Está difícil passar aqui porque, se você pisa no freio, os outros começam a passar e não te dão mais espaço”, reclama o motorista João Vicente do Nascimento, de 60 anos.

Além disso, ele afirma que é comum encontrar condutores impacientes no local. “Eles começam a buzinar e podem causar um acidente com facilidade ao tentar atravessar o cruzamento com tanta pressa”, explicou. Segundo ele, a única forma de evitar isso seria com a presença constante de agentes de trânsito.

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Segundo os moradores, os agentes foram vistos no cruzamento durante a última sexta-feira (29) e também na tarde desta segunda (2). “Eles ajudaram bastante os motoristas e pedestres que precisavam passar, mas tinham que ficar aqui até que o semáforo fosse restabelecido, principalmente perto do horário de almoço porque é nesse horário que congestiona tudo”, solicita a assessora jurídica Elisa Sartori, 47.

De acordo com a empresária Claudia Zeni, de 41 anos, que trabalha próximo ao cruzamento, a Setran já instalou placas de “Pare” nos quatro pontos do cruzamento para amenizar o problema, mas a ação não foi suficiente, pois não existe sinalização no asfalto e os motoristas não estão acostumados com a mudança. “Continua bem tumultuado”, pontuou.

Resposta

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Segundo a Setran, o efetivo de agentes é pequeno e a maior parte deles está atuando na Linha Verde (BR-476) das 6h20 às 20h, onde também há semáforos desligados por causa da ação de ladrões. Mesmo assim, a secretaria se comprometeu a enviar agentes para o cruzamento da Avenida dos Estados no início e no fim do dia até que o equipamento volte a funcionar.

Nesta terça (3), segundo a superintendência, ainda há nove cruzamentos da cidade com semáforos apagados por motivo de furto. Apenas no primeiro semestre de 2018, foram registrados 136 ocorrências dessa natureza em 80 cruzamentos diferentes. Ao todo, foram levados 40 controladores semafóricos e 2.764 metros de cabos, totalizando um prejuízo de R$ 1,5 milhão aos cofres públicos.

Policiamento

Uma ação conjunta entre Polícia Militar e Polícia Civil tem buscado localizar os responsáveis pelos roubos e também pela receptação dos equipamentos. Além disso, a GM tem realizado rondas nas regiões afetadas para combater a nova modalidade criminosa e até prendeu na última quinta (28) um suspeito de receptação de equipamentos furtados de semáforos.

A Setran ainda tem alterado a posição das caixas controladoras nos semáforos à medida que realiza manutenção nos equipamentos. Agora, as caixas são instalados na parte superior do sinaleiro para dificultar o acesso dos ladrões.

Além disso, a prefeitura solicita à população que denuncie atividades suspeitas nos semáforos da cidade sempre que alguém não uniformizado estiver lidando com os aparelhos. As denúncias podem ser realizadas pelo telefone 153, da GM.

Componentes de semáforos são furtados e prejuízo já chega a R$ 1,5 milhão