Poderão ser adotados os três machos e duas fêmeas da raça pit bull que foram resgatados nesta terça-feira (17), em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Os animais eram do treinador de cães que fornecia pit bulls para campeonatos internacionais de rinhas.
O canil de São José dos Pinhais foi a ponta da investigação que resultou em 41 prisões em uma rinha em Mairiporã, na Grande São Paulo, sábado (14). No local, os animais estavam extremamente feridos, com dilacerações, ferimentos profundos, ossos quebrados e um deles estava urinando sangue. De todos os detidos, incluindo um médico, um médico veterinário e um policial militar, apenas um segue preso.
Segundo a Clínica Vet Produtor, da Casa do Produtor, para onde os cachorros foram levados para exames clínicos, os animais estavam em condição de maus-tratos, acorrentados em um espaço de menos de sete metros quadrados e obrigados a conviver com a sujeira de suas próprias necessidades. Mesmo assim, eles são dóceis com as pessoas.
A única restrição para a adoção é que eles nunca mais poderão ser colocados no mesmo ambiente que outros animais, já que foram condicionados a brigar. Os cinco pit bulls têm entre 2 e 6 anos de idade e pesam cerca de 30 quilos.
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Segundo a clínica veterinária, os três machos não chegaram machucados, como os cães que foram apreendidos no estado de São Paulo. Eles apenas tinham cicatrizes antigas, provavelmente adquiridas nas rinhas. Já as fêmeas, em um exame preliminar, não tinham marcas.
“Os cachorros parecem ser saudáveis, mas, apesar da aparência, vamos realizar exames de sangue para descartar alguma doença e vamos tratá-los. Eles viviam em condição de confinamento, dormindo na própria urina e fezes, comendo e tomando pouca água, e repetiram isso, quando chegaram à clínica, porque foram criados assim. Um animal não costuma agir desta forma. O comportamento depende do dono ou tutor”, explica Carlos Murakami, médico–veterinário da Casa do Produtor.
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Ainda de acordo com Murakami, os cachorros podem ser adotados, mas devem seguir alguns cuidados. “Seria melhor que quem adotasse fosse uma pessoa adulta. Pode ter criança no convívio, eles não vão atacar, são dóceis, mas, por segurança, é preciso ter alguém com condições de conter o cão, caso ele se aproxime de outro cachorro. Ele pode machucar outros animais”, disse.
Os cinco cachorros foram encaminhados para a Casa do Produtor pelo Instituto Fica Comigo, uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo ajudar os animais. Depois do tratamento veterinário, a adoção dos pit bulls será encaminhada pelo instituto, por uma parceria com a Polícia Civil. A apreensão deles ocorreu no bairro Guatupê, por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA).