Depois de 32 horas ininterruptas de trabalho para desenvolver aplicativos tecnológicos que possam colaborar com a cidade, o primeiro Hackathon Curitiba definiu seus vencedores na noite deste domingo (11). As equipes Magic Numbers, I-Estar e 12345 tiverem os produtos mais bem avaliados nas categorias saúde, mobilidade e cidadania, respectivamente. O evento, realizado na Universidade Positivo (UP), foi organizado pela Prefeitura de Curitiba, em parceria com a UP, Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR) e Sebrae-PR.
“A cidade só tem que agradecer a esses estudantes. Tudo o que foi apresentado aqui está em sintonia com os desafios da gestão. Independentemente do resultado da competição convido todos os participantes a desenvolverem essas ideias com as equipes da Prefeitura”, afirmou o prefeito Gustavo Fruet no encerramento do evento.
Das 23 equipes que começaram a competição na manhã de sábado (10), 17 entregaram aplicativos ao fim da maratona, oito deles na categoria saúde, seis em cidadania e três voltados para mobilidade. “Falar em inovação não diz respeito apenas à infraestrutura. Além de temas que marcaram a história do planejamento urbano em Curitiba, causas como a da saúde ganham cada vez mais espaço nas discussões da sociedade”, disse Fruet.
Os vencedores de categoria foram premiados com pré-incubação na Agência PUC de Inovação, um ano de acompanhamento e formação (mentoring) pelo Sebrae-PR e 15 bolsas de pós-graduação da UP. Os vencedores também serão convidados a demonstrar suas ideias para o grupo de investidores do Comitê Internacional de Inovação da Fiep e poderão receber até R$ 500 mil em investimento por projeto.
Ainda neste ano serão realizadas mais três edições do Hackathon voltadas para as empresas nascentes (startups), estudantes do ensino médio e um evento reunindo os vencedores das rodadas anteriores. A próxima edição será realizada no campus da PUC-PR.
Vencedores
Criar um aplicativo que ajude o sistema de saúde a estabelecer relação entre as necessidades de uma região da cidade com a quantidade de médicos nas unidades foi a proposta da equipe Magic Numbers, formada por estudantes da PUC-PR. O integrante Thiago Oliveira conta que, faltando quatro horas para o fim da maratona, eles quase desistiram da competição: “Nós estávamos muito desanimados, ninguém conseguia mais pensar em nada por causa do cansaço, mas veio uma inspiração e conseguimos achar soluções para fechar o produto e apresentar aos juízes”.
Na categoria mobilidade, a proposta para comprar e ativar cartões de EstaR por meio de um aplicativo recebeu a melhor avaliação dos juízes e já conta com interessados em investir no projeto da equipe da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A exaustão do estudante Gerson Silva Filho e o Dia das Mães passado longe de casa foram superados pela alegria. “Quando falei para minha mãe que participaria do Hackathon ela pediu que de presente a gente ganhasse a competição. Acabou que deu certo”, falou.
Formada a poucos dias do evento e com parte dos integrantes se conhecendo no dia da maratona, a equipe 12345 venceu a categoria cidadania propondo a adoção dos parques da cidade por padrinhos cadastrados no aplicativo. Carolina Toppan, estudante de Arquitetura e Urbanismo da PUC-PR, disse que foi pega de surpresa com o resultado: “Estou eufórica, realmente não esperava, mas ficamos felizes porque temos um carinho muito grande por Curitiba”.
Avaliação
Assim que terminou o trabalho dos competidores, às 18 horas de domingo, começou o dos juízes. Eles preencheram uma ficha com vários critérios de avaliação nas áreas de execução, impacto e inovação. Entre as perguntas a serem respondidas estavam: “É fácil de usar?”, “As pessoas usarão o aplicativo?” e “O aplicativo apresenta uma solução criativa para um problema real?”.
Outra forma de pontuar foi atendendo a sugestões de temas e tendências apontadas pela organização. A presença de representantes de diferentes cursos nas equipes e o número de convidados trazidos para a cerimônia de apresentação dos produtos também contaram pontos extras.
Hackathon em números
Durante as 32 horas de maratona, o consumo de alimentos e bebidas para abastecer os competidores foi grande: 200 litros de refrigerante, 12 caixas de frutas, 1.000 sanduíches, 250 litros de café, 150 cachorros-quentes e 120 latas de energético. Cerca de 100 megabytes de internet foram disponibilizados para o Hackathon. O curso de Tecnologia em Eventos da Universidade Positivo foi o responsável pela organização e contou com a participação de 30 alunos voluntários durante toda a competição.