Três anos após o início da operação de aplicativos de transporte de passageiros como Uber e Cabify, o aplicativo de táxi oficial da prefeitura de Curitiba está prestes a começar a operar. De acordo com a Urbs, que gerencia o transporte da capital, a ferramenta deve estar em funcionamento até julho, já que a licitação, iniciada em novembro, deve ser finalizada em três a quatro semanas e a empresa ganhadora tem até 90 dias para implantar o sistema. A expectativa é de redução do preço cobrado dos passageiros, o que pode atrair antigos clientes que migraram para os apps de transporte individual.
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Das três propostas apresentadas à prefeitura, duas seguem sob análise: a da empresa Infosist e Serttel. A primeira estabelece que os motoristas paguem 1,89% de comissão para a empresa, enquanto a segunda tem comissão de 4,25%. A porcentagem é significativamente mais baixa do que a cobrada pelos aplicativos de táxi em uso na cidade, o que pode valer a pena para os motoristas
“Os aplicativos hoje cobram entre 22% e 33% de comissão. O percentual é muito inferior, então o aplicativo pode deixar os taxistas mais competitivos”, afirma o gestor da Área de Tecnologia da Informação da Urbs, Vilson Kummel. Conforme ele, isso vai permitir que os motoristas ofereçam descontos e façam promoções para os clientes sem perder dinheiro.
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Contudo, nenhuma condição específica foi estabelecida de antemão ou será obrigatória para os taxistas. “Nada impede que a empresa que for homologada lance promoções para os clientes, mas de forma que seja opcional para os taxistas”, diz Kummel.
Aliás, conforme o gestor da área de TI da Urbs, o próprio uso do aplicativo para conseguir corridas não será obrigatório. Contudo, todos os permissionários de táxi do município deverão ter a ferramenta em seus celulares, já que ela também cumprirá a função de monitoramento da frota. “Vamos ver se o motorista não está trabalhando mais do que devia, se é o permissionário que está trabalhando. Mas também vamos mostrar onde que está tendo mais demanda para que os motoristas possam ir até lá”, explica Kummel.
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Taxistas
Os taxistas olham para o anúncio do lançamento do aplicativos de táxis da prefeitura com alguma desconfiança – não pelo app em si, mas pela demora para a concretização da promessa. “Há quanto tempo o prefeito está dizendo que vai lançar esse aplicativo”, questiona um taxista que preferiu não se identificar. “Ouvi no ano passado que iam lançar esse aplicativo, mas até agora nada e outros foram entrando no mercado”, completa o motorista de táxi Aprígio Melo.
Ainda assim, a categoria acredita que a ferramenta possa ser vantajosa, contribuindo para que os taxistas consigam corridas, principalmente os que não estão associados a centrais. “Eu não trabalho com rádio, o que me ajuda é o aplicativo. Então, o que vier, vem para nos ajudar”, afirma Melo.
Além disso, a proposta de o app ter comissão de até 4,25%, agrada os taxistas. Mas eles condicionam a vantagem a outras ofertas que o aplicativo vai fazer aos usuários. “Os aplicativos têm a comissão e os descontos, que saem do bolso da gente. Então, 4% é uma taxa boa, mas depende de outras condições”, diz motorista de táxi Paulo Sandro. Ele estima que o uso de aplicativos e rádios custa aos motoristas cerca de 50% do que eles recebem com as corridas.
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Insuficiente?
Alguns taxistas também ponderam que o aplicativo por si só é insuficiente para fazer com que os táxis sejam realmente competitivos com os aplicativos de transporte, apontando a necessidade de divulgação do aplicativos pela prefeitura, revisão das regras para funcionamento dos aplicativos de transporte de passageiros e modernização do sistema de táxis do município.
“Podiam acabar com a cor laranja e com a capelinha em cima do táxi. Poderia ter só um adesivo nos carros. O taxímetro também deixa as pessoas ansiosas, porque elas querem saber logo quanto vão ter que pagar”, sugere o taxista Alan Lincoln. Para ele, essas ações diminuiriam gastos dos taxistas e ajudariam a mudar a relação com os passageiros.
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