Treta antiga

Após polêmica, Angeloni pode doar parte de terreno no Bom Retiro para parque

Futuro do terreno do antigo Hospital Psiquiátrico Bom Retiro virou polêmica no ano passado. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo

A polêmica envolvendo a área do antigo Hospital Psiquiátrico Bom Retiro parece cada vez mais perto de uma solução. Passado um ano do anúncio feito pelo Angeloni da construção da terceira loja da rede em Curitiba em parte daquele lote e da organização do movimento popular “A Causa Mais Bonita da Cidade”, a possibilidade de criação de um parque na área de bosque do lote, com cerca de 29 mil m² de maciço vegetal, começa a ser desenhada.

Segundo informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), tanto a Federação Espírita do Paraná (FEP) quanto o Grupo Angeloni manifestaram em reuniões realizadas na presença de representantes da Prefeitura de Curitiba a intenção de doar a área de bosque de seus respectivos terrenos ao município. Este, por sua vez, tem interesse em fazer daquele local um parque de uso público.

A Federação Espírita confirmou à reportagem o desejo de doar a área verde, que soma cerca de 24,5 mil m², presente no perímetro do lote de sua propriedade, com área total de 43 mil m², à cidade. “De nossa parte, só estamos aguardando que a Prefeitura nos dê o ok. Estamos prontos para bater o martelo”, confirma Danilo Allegretti, assessor de patrimônio da Federação Espírita do Paraná (FEP).

Ele acrescenta que a instituição entregou à prefeitura cópia de um estudo realizado por um arquiteto contratado pela FEP para a área, inclusive com sugestões para o acesso de veículos e pedestres ao local, e que o desejo da entidade é o de investir em uma área comercial para locação no remanescente do terreno, como forma de geração de receita para a instituição. “[Solicitamos] alguns pequenos ajustes, para que eventualmente [tivéssemos] uma condição um pouco melhor de altura [para o empreendimento, talvez por meio de] potencial construtivo”, acrescenta Allegretti.

Terreno conta com com cerca de 29 mil m² de maciço vegetal. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Terreno conta com com cerca de 29 mil m² de maciço vegetal. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo

Proposta inesperada

Procurado desde a semana passada pela reportagem, o Grupo Angeloni não retornou a solicitação até às 18h desta terça-feira (28), horário de fechamento da matéria. Em nota divulgada em setembro de 2017, no entanto, o grupo confirmava que a vegetação presente na área adquirida, que soma cerca de 4 mil m², seria “totalmente preservada”.

“Ainda segundo o Ippuc, a intenção de doação da área de maciço vegetal pelas partes proprietárias dos terrenos para a possível criação do parque também foi repassada a representantes do movimento “A Causa Mais Bonita da Cidade””. O comunicado foi feito em reunião realizada na última quarta-feira (22).

“Ficamos surpreendidos com a notícia, porque não esperávamos essa proposta por parte de ambos. Mas, só teremos uma posição concreta quando tivermos acesso ao projeto tanto do Angeloni quanto da Federação Espírita [para as áreas]. Queremos ver as propostas de solução para este impasse e ouvir as outras partes. Neste momento, o movimento continua com o mesmo posicionamento [referente a questão] do parque como um todo”, aponta o advogado Guilherme Scholz, que representa uma moradora da região do Bom Retiro que integra o movimento “A Causa Mais Bonita da Cidade”.

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Histórico

Toda a polêmica em torno da preservação do bosque localizado na área do antigo Hospital Psiquiátrico Bom Retiro nasceu após o anúncio da construção da nova unidade do Angeloni em parte do terreno, localizado na Rua Nilo Peçanha.

O movimento popular intitulado “A Causa Mais Bonita da Cidade” se organizou para reivindicar a criação de um novo parque municipal no local e chegou a realizar diversos atos no endereço. Uma moradora do bairro que integra o movimento chegou a entrar com uma ação administrativa junto ao Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (CMPC) solicitando o tombamento da área do antigo hospital, fundado em 1945 e demolido em dezembro de 2012. O processo segue em tramitação no CMPC.

Por parte da prefeitura, o prefeito Rafael Greca havia confirmado, em setembro de 2017, a intenção de fazer da área um memorial em homenagem ao artista paranaense João Turin. Em dezembro do mesmo ano, no entanto, Greca assinou um decreto que instaura o Memorial Paranista e o Jardim de Esculturas João Turin no Parque São Lourenço.

Prédio do hospital foi demolido em 2012, muito tempo antes da confusão. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Prédio do hospital foi demolido em 2012, muito tempo antes da confusão. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

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