A amputação de um membro corporal gera impacto na vida de qualquer pessoa e envolve mudanças radicais no lado emocional ou mesmo na atividade empregada no dia a dia. Para aliviar a tensão e mostrar que o caminhão da superação é primordial, o Centro de Reabilitação do Hospital Angelina Caron (HAC), em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, está oferecendo tratamento gratuito aos amputados. A ideia é atender gratuitamente quase 5 mil pessoas neste primeiro semestre de 2021. 

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O Centro de Reabilitação para amputados começou em julho de 2020 no Angelina Caron e está focado em pacientes que tiveram amputações causadas por acidentes ou doenças. A viabilidade ocorre por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas). A boa notícia que o Centro está com agendamento aberto e sem fila de espera.

Um dos pacientes do Centro foi o taxista Edson Luiz Coradin, de 60 anos, morador de Colombo. Devido a uma trombose, entrou andando no hospital e seis dias depois acordou sem uma perna após passar por uma amputação transfemural (acima do joelho) da perna esquerda. “ Eu estava trabalhando normalmente e quando fui para o hospital, o pessoal da vascular disse que não tinha mais o que fazer e era para levar para o centro cirúrgico. A pior parte é você acordar e perceber que não tem uma perna. Daí tem que entender que a vida segue e bola para frente”, disse o taxista que está na ativa há 12 anos.

O taxista Edson Luiz Coradin, de 60 anos, passou por uma amputação devido a uma trombose. Foto: colaboração.
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O Centro de Reabilitação do Angelina Caron não fornece a prótese, mas oferece suporte que serão utilizados ao longo da vida. Seja antes de colocar o equipamento ou mesmo o apoio emocional de terapeutas, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Um dos diferenciais é a estrutura física que inclui cozinha e banheiro, com móveis como fogão, geladeira, chuveiro, pia e vaso sanitário. Os pacientes aprendem a recomeçar para se adaptar à nova realidade. “Tive um acompanhamento especial e comecei a fazer fisioterapia no Centro com o auxílio de muitos profissionais. Tenho a certeza que foi primordial para manter minha atividade de motorista. O importante é colocar na cabeça que precisa se adaptar ou vai cair numa cama depressivo”, reforçou Edson.

Queda no número de amputados por acidentes de trânsito

O objetivo do Centro de Reabilitação do Angelina Caron é chegar próximo de 5 mil atendimentos para o primeiro semestre de 2021. Até o momento, foram 124 pacientes com 1891 apoios desde julho do ano passado. O número de pessoas amputadas em Curitiba caiu com a pandemia do novo coronavírus, pois os acidentes de trânsito tiveram uma queda de 40% segundo dados da Polícia Militar. Sendo assim, a grande parte dos pacientes que estão sofrendo com algum tipo de perda de membro acontece por doenças como diabetes, tromboses ou mesmo pacientes da oncologia. Outra parte dos atendimentos ocorre por acidentes de trabalho.

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Matheus Maruan, de 20 anos, marceneiro, perdeu os dedos da mão direita no trabalho, em novembro de 2020, em Porto União, em Santa Catarina. Foi transferido com urgência ao Angelina Caron para realizar uma cirurgia de grande porte. Foram vários procedimentos e Matheus ficou com medo de perder a função da mão. “Ainda estou no processo de reabilitação e tenho um bom caminho pela frente. Em dois meses fazendo terapia ocupacional todos os dias já posso perceber que a minha mão vai ter uso funcional e voltarei ao meu dia a dia. Estou um pouco mais tranquilo e só a agradecer pelos cuidados e acolhimento”, comentou o jovem.

Critérios de triagem

Os interessados em agendar uma avaliação gratuita são pessoas que passaram por qualquer tipo de amputação, recente ou antiga, e tenham mais de 12 anos.

Claudia Bauer dos Santos, terapeuta ocupacional e coordenadora do Centro de Reabilitação do Hospital Angelina Caron, reforça que a antecipação no atendimento é primordial para alcançar melhores resultados durante o tratamento. “Uma reabilitação precoce ajuda na recuperação e nosso olhar é para a ocupação humana, ou seja, nas atividades do dia a dia mesmo. O objetivo é treinar ou mesmo aprimorar o que se faz em casa. São passos importantes para dar sequência na recuperação com adaptação e treinamento. Reforçamos somente que não oferecemos a prótese e o paciente vai passa por avaliação do ortopedista que vai direcioná-lo ”, completou Cláudia.

Centro de Reabilitação atende pacientes da grande Curitiba. Foto: divulgação.

O Centro de Reabilitação atende ainda pacientes encaminhados por UBS (Unidade Básica de Saúde) das 1ª e 2ª Regionais do Paraná, enquanto aguarda na fila da UBS para prótese. As cidades que abrangem a 1ª e 2ª regionais são: Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá, Pontal do Paraná, Adrianópolis, Agudos Do Sul, Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo do Tenente, Campo Largo, Campo Magro, Cerro Azul, Colombo, Contenda, Curitiba, Doutor Ulysses, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Lapa, Mandirituba, Piên, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Quitandinha, Rio Branco Do Sul, Rio Negro, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná.

SERVIÇO

Hospital Angelina Caron: Centro de Reabilitação (para pacientes amputados) – Rodovia do Caqui, 1150 – Centro, Campina Grande do Sul.

Agendamento e informações: de segunda a sexta, das 9h às 17h

Atendimentos: de segunda a sexta, das 7h às 19h 

Agendamento pelos telefones (41) 3513-3950 e 3513-3989 ou presencialmente no Centro (atendimento das 7h às 17h)