Se o movimento da Linha Verde, em Curitiba, fosse medido em venda de balas no semáforo, o casal de autônomos Rivali Ribeiro, 30 anos, e Salete dos Santos, 41 anos, diria que, na região das intermináveis obras do Atuba, em Curitiba, o fluxo de veículos é tranquilo boa parte do dia. Parece uma afronta dizer que a Linha Verde não é um caos o dia inteiro, mas, pelos cálculos do pico nas compras das balinhas, o transtorno no trânsito, por ali, começa às 9h e para às 10h, depois recomeça perto das 17h e vai até por volta das 19h. Será que é isso mesmo?
Na série de reportagens que a Tribuna realiza pelo entorno das obras no Atuba, conversamos com quem convive diariamente com a Linha Verde, depende dela para se deslocar pelas cidades da região metropolitana (RMC), mora pela região ou é dono de estabelecimentos comerciais. O giro da equipe para esta matéria ocorreu em julho, em uma quarta-feira, por volta das 14h30.
Leia mais!
>> Em obras há 15 anos, lote da Linha Verde virou “pedra no sapato” do motorista de Curitiba
>> Congestionamentos, confusão em desvios e semáforos trazem transtornos na Linha Verde
Foi no semáforo da Estrada da Ribeira no sentido Tarumã, entre a Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes e a Linha Verde, ali no icônico Trevo do Atuba, que encontramos o casal de vendedores de balas. A rotina deles é puxada como a de qualquer brasileiro. Os dois estão juntos há cinco anos. Saem de casa às 8h e só voltam à noite, perto das 20h. Eles moram no Guaraituba, em Colombo (RMC), e só fazem duas refeições por dia: café da manhã e janta. A renda mensal, cerca de R$ 1 mil líquido, vem das vendas diárias no sinal, rotina que já dura três anos. São cerca de 288 pacotinhos vendidos por semana. “O movimento já foi melhor”, conta Ribeiro.
+VIDEO!
Segundo ele, o vai e vem de veículos no sinal “não chega nem perto do que pintam, por aí”. A não ser nos horários de pico. “Sim. Quando o pessoal sai para trabalhar e quando volta. Aí, o bicho pega. Mas travar tudo, só quando tem acidente. Senão, é mais lentidão mesmo nesses horários. O resto dos horários é trânsito normal. Pelo menos neste semáforo aqui, onde estou todos os dias”, explica o batalhador, que aceita até Pix (celular: 41 99683-6313) na compra de balas.
Bora ajudar? Ilegais, ambulantes transformam Rua XV de Curitiba em arena de luta
“Quem puder nos ajudar, estamos precisando. Pode fazer um Pix que agradecemos muito. Dependemos do movimento dos carros, mas também das pessoas compram nossas balinhas. A venda é o nosso ganha-pão”, agradece ele.