Estudantes do Colégio Estadual do Paraná (CEP) miraram a Lua e acertaram na Nasa. Um grupo de alunos vai programar dispositivos que serão enviado ao satélite da Terra, como parte de uma missão da Nasa. Os adolescentes são integrantes da Equipe de Ciências Espaciais Longe Lateqve (CEELL) do CEP e têm aulas de astronomia no contraturno, no planetário da escola, e ocasionalmente, no Observatório Astronômico e Planetário do Colégio Estadual do Paraná (OACEP), em Campo Magro.
A parceria com a Nasa é desenvolvida dentro do projeto de astronomia cidadã GLEE – Great Lunar Expedition for Everyone (Grande Expedição Lunar para Todos, em tradução livre). A iniciativa é da Nasa, em parceria com a Universidade do Colorado, nos Estados Unidos.
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O projeto abriu inscrições para equipes de estudantes de todo o mundo. Foram selecionados 212, sendo três brasileiros – além do grupo do CEP, também foram contemplados um da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos e outro da UnB (Universidade de Brasília).
Dispositivos dos alunos vão coletar dados da Lua
Em novembro, os estudantes receberam da Universidade do Colorado uma caixa com os dois dispositivos a serem programados. Chamados de LunaSats, eles são placas eletrônicas que farão a coleta de dados ambientais da superfície lunar. Os objetos devem ser devolvidos aos Estados Unidos em 2023 e chegar à Lua em 2024, quando está previsto o lançamento da segunda etapa do programa Artemis.
“É arrepiante para a gente, enquanto professor, poder acompanhar essa oportunidade de uma vida que os estudantes estão tendo”, diz Amauri José da Luz Pereira, coordenador do OACEP. Ele orientará os estudantes na programação dos LunaSats, que deverão funcionar por dois dias lunares, o equivalente a quase dois meses terrestres.
Erán Martínez Ramos, de 15 anos, é um dos alunos que participará do projeto. Ele conta que as aulas da equipe de Ciências Espaciais ajudarão a desenvolver as atividades propostas. “Temos vários estudos em relação à Lua, como a geologia, o céu e a atmosfera. E também temos um estudo terrestre sobre raios cósmicos. É exatamente isso o que queremos aplicar na Lua, para comparar a incidência de raios cósmicos lá com os da Terra”, diz.
Gabriel Kozlowski Andreola, graduando em Física, se formou no ensino médio técnico no CEP em 2020 e, agora, participa do projeto GLEE como estagiário do observatório. Ele conta que os dados coletados durante a missão poderão contribuir para o desenvolvimento de tecnologias como processos de cultivo biológico fora da Terra. “Para mim, ser contemplado por essa oportunidade é inacreditável, afinal, estamos falando da Nasa e de podermos alcançar a Lua”, afirma. “Estamos fazendo história”.