Um grupo de alunos foi suspenso de uma escola particular de Curitiba depois de gravar um vídeo em que um deles aparece urinando em uma bandeira do PT, com o rosto do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Durante a ação, outros jovens gritavam “aqui é Bolsonaro”.
O caso aconteceu no colégio Bom Jesus, um dos mais tradicionais da capital paranaense, no último dia 3, dia seguinte ao primeiro turno das eleições. Curitiba foi uma das capitais do país em que Bolsonaro teve maior proporção de votos no primeiro turno em relação ao petista.
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No vídeo compartilhado por um dos jovens e que circula nas redes sociais, um aluno amassa a bandeira vermelha e a coloca dentro de um mictório. Ele chuta a descarga algumas vezes para acioná-la, em seguida, urina na bandeira.
Enquanto isso, outros colegas, que não aparecem no vídeo, dão risada e gritam o nome do presidente Jair Bolsonaro.
Em nota, a direção do colégio disse que, assim que soube do ocorrido, tomou providências para identificar os envolvidos e comunicar às famílias deles a situação. O colégio classificou o episódio como “atípico e pontual” e disse não concordar com “ações que desrespeitam pessoas, ideias ou culturas”.
Oito alunos foram suspensos por envolvimento no caso.
Heloísa Takazaki, 51, disse à reportagem que a bandeira vandalizada era de seu filho de 16 anos. O adolescente, que votou pela primeira vez no domingo (02), pediu aos pais para levar para a escola a bandeira com o rosto do presidente Lula.
“Ele estava empolgado por ter participado da eleição, por ter feito a sua escolha. Por isso, nós deixamos e orientamos para que não ficasse mostrando durante a aula por não ser adequado”, afirmou a mãe.
Segundo ela, outros estudantes levaram camisetas e bandeiras em apoio a Bolsonaro. Ao ver os objetos, uma coordenadora da escola recolheu todo os materiais em referência a candidatos ou partidos políticos e disse que devolveria aos alunos no horário da saída das aulas.
“A bandeira do meu filho era a única em apoio ao Lula, todas as outras eram para o Bolsonaro. Na hora que ele foi buscar, ele não a encontrou, porque os meninos de outra turma já a tinham levado”, disse Heloísa.
De acordo com ela, o filho reclamou para a coordenação da escola, que, pelas câmeras de segurança, identificou os estudantes responsáveis por levar a bandeira. O vídeo, com as imagens do menino urinando no objeto, só se tornou público alguns dias depois.
“A postura da escola foi muito correta durante toda a situação. Primeiro por ter recolhido as bandeiras e camisetas de ambas posições partidárias, depois por ter agido rapidamente em advertir os alunos que fizeram confusão”, disse Edenilson Wichinescki, pai do menino que teve a bandeira subtraída.
Apesar de concordarem com a posição da escola, os pais do menino disseram estar preocupados com a violência dos estudantes.
“É muito triste ver a intolerância e violência chegando a pessoas tão jovens. É um desrespeito com a posição política do meu filho. Isso nos traz receio e apreensão, mas ainda bem que o colégio teve uma postura correta. Meu filho viu que não vai ser intimidado por se expressar e se posicionar politicamente”, disse Heloísa.