Já pensou perder uma aliança de casamento no meio de um estádio de futebol e alguém achar e te devolver cerca de 25 anos depois? Esse roteiro de história real começa no Major Antônio Couto Pereira, casa do Coritiba, no ano de 1995. O advogado de Curitiba Jardel Kowalski, 43 anos, era um jovem de 17 anos quando achou uma aliança no chão das arquibancadas sociais inferiores do estádio. O anel ficou guardado com ele até a última terça-feira (12), data do aniversário de 112 anos do Coxa e dia em que ele finalmente se encontrou com o dono da aliança para devolvê-la. Eles se acharam pelo Facebook, em um grupo fechado de torcedores do Coritiba. Lembrando que o Coritiba perdeu, neste sábado (16), do Vasco.
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“Nesse tempo todo eu guardei a aliança dentro de uma caixinha, numa gaveta. Cada vez que eu fazia uma arrumação, eu lembrava da história e pensava que um dia iria cruzar com o dono, que poderia ser alguém conhecido ali da torcida, das inferiores, mas isso nunca aconteceu”, revela Kowalski.
Até que, na sexta-feira (8), antes do feriadão de Nossa Senhora Aparecida, o advogado fez uma nova faxina na caixinha. A diferença, dessa vez, é que ele resolveu fotografar a aliança e postar um texto contando a história do achado em dois grupos do Facebook, o “Força Coxa” e “Povão Coxa-Branca”. “Acabou que, no Força Coxa, o sobrinho do dono postou um comentário dizendo que o nome cravado no interior da aliança era o da madrinha dele, Ifigênia, que casou no dia 28/11/1987”, explicou Kowalski, quase não acreditando.
“Passei anos com a história na cabeça, do que podia ter acontecido com a pessoa. Fui até precavido demais. Combinamos de nos encontrar e eu estava em dúvida até o último momento”, brinca ele.
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O advogado conta que a organização do encontro com o dono da aliança, que não respondeu às tentativas de contato da Tribuna até o fechamento da matéria, foram feitas com o sobrinho dele pelo Facebook. Na terça-feira, o dono levou a certidão de casamento e comprovou que era o marido da Ifigênia. “Foi uma sensação bacana. Eu guardei a aliança porque achei que era um bem de valor sentimental. Não dava para simplesmente jogar fora. Foi muito bacana poder devolver”, descreve Kowalski.
E lá no grupo do Força Coxa o que não faltou foi comentário. Todos achando legal a história, mas dando aquela “cornetada” básica ao questionar o motivo do Jardel Kowalski não postar a mensagem já na época do Orkut. Ele se defende. “Não era como hoje. As redes sociais ainda estavam começando, você não tinha confiança ali. E eu achava que uma hora iria achar algum amigo de um amigo que me falaria da perda de uma aliança para eu chegar no dono”.
Jardel Kowalski contou que a aliança foi perdida porque o dono resolveu guardar ela no bolso durante o jogo, para não ficar com nada de valor à vista. E que o dono chegou a procurar por ela no setor de achados e perdidos do estádio. “Eu era piazão, nem pensei em procurar um achados e perdidos. Só pensei em guardar e devolver. Só não achei que levaria mais de 25 anos e que ainda iria pegar os noivos ainda casados”, brincou.
No dia da entrega, os dois fizeram uma baita selfie. A esposa não foi até o local. Na postagem do grupo, Jardel também colocou que o achado foi entre os anos de 1995 e 1999. “Mais ou menos essa época, porque a certeza dos anos vai se perdendo na memória”, finaliza o advogado.