Alguns postos de Curitiba já estavam com falta de combustíveis, na noite desta segunda-feira (11), por causa do protesto que bloqueia o acesso à distribuidora de Araucária desde a zero hora de hoje. Segundo levantamento, três postos de 20 consultados não tinham algum dos combustíveis comercializados – dois estavam sem gasolina e um estava sem álcool. Outros quatro postos, enquanto isso, relataram estarem com o estoque baixo e, caso não houvesse reposição até o início da terça-feira (12), também poderão interromper o fornecimento.
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Os estabelecimentos que relataram estar sem combustível ficam nos bairros Água Verde, no Pinheirinho, no Bacacheri. Os postos com estoque baixo ficam nos bairros Pinheirinho, CIC, Fanny e Centro.
Dos postos contatados pela reportagem, os que apresentam maior quantidade de combustível em estoque encontram-se no eixo mais central da cidade – como Bigorrilho, Centro, Centro Cívico –, além de um no Tarumã.
Apesar de alguns postos estarem sem álcool ou gasolina, o Sindicombustíveis-PR, sindicato que representa os postos de todo o estado, afirmou que ainda não há risco de desabastecimento geral em Curitiba. Ainda assim, observou que mais casos pontuais podem acontecer nas próximas horas.
Com falta de álcool desde a noite de domingo (10), um posto no Bacacheri, por exemplo, informou ter tido problemas com alguns clientes. “Muitos consumidores estão ficando bem insatisfeitos, eles acham que a culpa é nossa”, conta . No mesmo estabelecimento, o estoque de gasolina nos tanques está em cerca de mil litros – o normal é ter entre 15 e 20 mil litros.
Para resolver a situação, os estabelecimentos esperam que carregamentos de combustíveis cheguem na madrugada de terça-feira. “A nossa esperança é que um caminhão apareça na madrugada. Senão, só temos álcool e gasolina até 7h da manhã de terça”, conta o gerente de um posto no Fanny.
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Segundo o Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis (Sindicom), porém, não há previsão para que a manifestação tenha fim. O Sindicom afirma ter entrado com medidas judiciais para interromper o protesto, que consiste em um grupo de pessoas bloqueando a entrada dos caminhões de abastecimento das empresas Raízen, BR e Ipiranga, que distribui 23 milhões de litros de combustíveis por dia. Os manifestantes pedem pela diminuição do preço dos combustíveis e contra a política econômica nacional.
Transporte coletivo
Para quem usa o transporte coletivo em Curitiba, ainda não há motivo para se preocupar. De acordo com a Urbs, as empresas de ônibus da capital têm tanques próprios para abastecimento. Isso significa que os coletivos têm uma margem maior de dias com combustível garantido antes que os estoques comecem a ficar muito baixos.
Sem apoio sindical
Em nota, o Sindicombutíveis reforça que é contrário à manifestações que penalizam consumidores, e não tem participação no protesto vigente.
A ausência de filiações sindicais dos manifestantes também foi confirmada por Carlos Roque, superintendente do centro de distribuição de combustíveis em Araucária, onde acontece o protesto. “A informação que eu tenho é que os manifestantes são pessoas de outros estados, que não são filiadas a nenhum partido ou sindicato”, explica Roque.