Casos não resolvidos

Além da menina Eloah: relembre casos de crianças desaparecidas no Paraná

Foto de Rafael Kovalski, criança desaparecida no Paraná
Imagem mostra João Rafael Kovalski, desaparecido com 1 ano e 11 meses no Paraná. Foto: Arquivo pessoal

O rapto da menina Eloah Pietra, que ficou desaparecida por 30 horas na semana passada, fez a sociedade em todo país imaginar a dor da família. A boa notícia é que a criança retornou para casa e a pessoa que fez a maldade foi presa em flagrante. E os outros casos de desaparecimentos no Paraná?

Entre 2019 e 2024, 888 casos envolvendo crianças desaparecidas foram registrados. Todos eles concluídos com êxito. Os casos de desaparecimento infantil abrangem crianças de 0 a 12 anos e acontecem geralmente em parques, shoppings e outros espaços abertos quando há falta de orientação para as crianças. Em caso de abordagens por estranhos, o criminoso faz uso de técnicas de persuasão e se aproxima aos poucos da criança, utilizando-se, na maioria das vezes, da distração e a falsa sensação de segurança dos pais.

Com sede em Curitiba, o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) atua em sintonia com outras forças de segurança e setores da sociedade civil. A delegada-chefe é a carioca Patrícia Paz, que tem o auxílio de uma equipe atenta aos movimentos nas redes socais e no programa Alerta Amber.

Notícias do caso da menina Eloah Pietra

O que é o Alerta Amber?

Utilizado em 30 países, o Amber permite que um comunicado especial seja encaminhado às plataformas da Meta (Instagram, Facebook e WhatsApp) para publicar o alerta para usuários das suas redes sociais no raio de até 160 quilômetros do local do fato ocorrido. “A ferramenta tem auxiliado muito e é uma ação imediata”, disse a delegada-chefe que atende ocorrência de todos os municípios do Paraná em casos de desaparecimentos.

O caos dos desaparecimentos no Paraná na década de 90

No Paraná, o começo da década de 1990 foi trágico. Várias crianças sumiram, entre elas, o menino Guilherme Caramês, de 8 anos. Arlete Caramês, a mãe do garoto, lutou pela causa e foi uma das responsáveis pela criação do Sicride, em 1995. A Tribuna do Paraná conversou com ela em 2021, 30 anos depois do desaparecimento de Guilherme, em uma rua calma no bairro Jardim Social, em Curitiba.

“Eu fiquei praticamente seis meses sentada em um sofá olhando para a janela esperando o retorno dele. Guilherme é o meu único filho, minha vida. Eu era tão feliz com ele e não sabia. São anos de muita tristeza, lembranças e de esperança. É um pedaço que se foi e não tive oportunidade de nada.  Não sei o porque fui a escolhida, mas tenho a esperança de que este mistério seja desvendado. Seria a maior alegria da minha vida ”, desabafou Arlete na época da entrevista.

Arlete Caramês, mãe de Guilherme, desaparecido no Paraná em 1995. Foto: Gerson Klaina

A repercussão foi tão grande que foi neste período que acabou com uma regra que só poderia avisar as autoridades após 24 horas do sumiço de alguém. Desapareceu do alcance dos olhos, relate imediatamente para a polícia.

Em casos mais antigos, as investigações podem ser retomadas se forem constatadas novas pistas ou denúncias, com o uso inclusive de tecnologias mais modernas, como o sistema que simula a progressão de idade da criança com base em fotos antigas e a identificação de material genético por DNA.

Exemplo é o menino Bryan Raab Fonseca, de apenas um ano e onze meses. Ele desapareceu no dia 19 de junho de 2017, na chácara da família, em Cerro Azul, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A polícia na época suspeitou que a criança teria ido até um rio próximo da casa e poderia ter se afogado. A família jamais acreditou nessa possibilidade e a dor segue com o sumiço.

Outra triste situação é a do João Rafael Kovalski, na época com 1 ano e 11 meses, dia 24 de agosto de 2013. Brincava no terreno da casa, localizada no município de Adrianópolis, no Vale do Ribeira, há 130 quilômetros de Curitiba. Faltavam apenas cinco dias para o pequeno completar 2 anos anos de idade.

A maior desconfiança das autoridades é a de que o garoto teria caído de uma ribanceira diretamente no Rio Ribeira, nos fundos casa. Para os pais, a possibilidade de o filho ter caído no rio é pequena, uma vez que no local tinha um muro.

Desaparecimentos de adolescentes e a influência das redes sociais

Na questão envolvendo pré-adolescentes, o uso errado das redes sociais pode ser perigoso. A paixão pelo coleguinha e viagens de fim de semana sem avisar os pais faz parte do cotidiano no Sicride. “Pedimos atenção no dia a dia com aquela questão de perguntar com quem você tem andado e com quem você conversa nas redes sociais. Pedófilos usam deste ambiente para atrair crianças e se tornou tendência nos casos”, completou a delegada do Sicride.  

Dicas para evitar o desaparecimento da criança 

O sumiço de uma criança é sempre um assunto delicado de tratar, mas algumas medidas podem ser realizadas pelos pais para evitar o pior. Veja quais: 

  • Oriente seu filho a nunca a se afastar de você; 
  • Reforce para não conversar ou aceitar coisas de estranhos; 
  • Cuidados com a internet e fique atento sempre; 
  • Oriente seus filhos a nunca dar informações como endereço, nome completo, idade e telefone; 
  • Caso alguém insista em conversar, pedir pedir fotos ou outras coisas estranhas, oriente-o que você sempre seja avisado; 
  • Atente-se as roupas que vestem;  
  • Procure conhecer todos os amigos do seu filho, onde moram e com quem moram; 
  • Acompanhe, se possível, todos os dias no trajeto Casa Escola/ Escola Casa. Se não der, avise a escola quem irá buscá-lo;
  • Não deixe a criança com pessoas desconhecidas, nem que seja por um breve período de tempo; 
  • Deixe marcado na agenda do telefone o número do Sicride (4132703350) e  41 3224-6822 (WhatsApp).
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