Desde o primeiro semestre de 2022, pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) têm coletado dados junto à população de Curitiba para entender a situação dos alagamentos na capital. Nas últimas semanas, o mau tempo na cidade, com pancadas de chuvas intensas, tem causado estragos e transtornos.

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Nesta semana, no entanto, a chuva deve dar uma trégua na região de Curitiba, para alívio de quem enfrentou os alagamentos de perto. Na última quarta-feira (18), por exemplo, foram pelo menos 17 pontos de alagamentos registrados na capital. No Centro, uma cena de perigo foi filmada entre os transtornos. Ela mostra um motociclista cercado pela enxurrada no meio de um cruzamento.

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Mas ainda que esses problemas acabem sendo mais noticiados em períodos chuvosos, eles ocorrem durante todo o ano. Por isso, os pesquisadores vêm mapeando os pontos de alagamento da capital paranaense para ajudar, no futuro, a criar mecanismos de gestão urbana, contribuindo com os projetos de drenagem do município.

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Até o momento, segundo a PUCPR, foram coletados cerca de 1,3 mil formulários, que trazem um dado bastante interessante: atualmente, há registros de pontos de alagamento em toda a cidade. Se antes o que se via, tanto pela imprensa quanto por outras pesquisas, eram áreas centralizadas de inundação, em localidades como Fanny e Parolin, hoje se percebe que elas estão se espalhando pela cidade.

Bairros como São Lourenço e Alto da XV, por exemplo, que antes não constavam com frequência nas ocorrências, agora aparecem.

“Curitiba, assim como outras metrópoles, segue em crescimento constante, o que leva a problemas decorrentes do processo de urbanização. Nosso objetivo inicial era analisar a percepção da população sobre os alagamentos e enchentes na cidade, impulsionando a atuação educadora fundamentada nos princípios da ecologia integral para alertar, informar e capacitar pessoas e comunidades sobre esses fenômenos. Queremos, contudo, ir além e que nosso mapeamento seja uma ferramenta de gestão urbana, contribuindo com os projetos de drenagem do município”, pontua o coordenador da pesquisa, o engenheiro ambiental Altair Rosa, pesquisador do PPGTU e professor da Escola de Belas Artes da PUCPR.

Para isso, professores e estudantes do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana (PPGTU), do Laboratório de Cidades (LabCidade) e do Laboratório do Clima (LabClima) da PUCPR consultam a população diretamente impactada por problemas de drenagem urbana.

A coleta dos dados é realizada por meio do preenchimento de um formulário online que contempla questões como bairro onde presenciou o alagamento; se mora, estuda ou trabalha no local ou se estava apenas passando pela localidade durante a chuva; se o ponto de alagamento está próximo de um rio, entre outras. Enquanto isso, as análises dos órgãos públicos sobre o tema costumam partir apenas de dados técnicos.

Segundo Rosa, essa metodologia é chamada de “ciência cidadã”, pois consiste na parceria entre amadores e cientistas no levantamento de dados para a pesquisa científica. O projeto é integrado por estudiosos de diversas áreas, que também realizam a coleta de reportagens sobre o tema veiculadas ao longo da história e realizam a leitura de imagens de satélite para identificar as ilhas de calor na cidade.

“Precisamos nos lembrar de que os eventos de mudança climática e alagamentos não escolhem renda, classe social. Classe social não é sinônimo de impacto ambiental”, finaliza o professor Rosa.

O projeto ainda está recolhendo participações e qualquer pessoa pode participar. O formulário é online e pode ser respondido neste link.

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